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TV 3D ainda vai demorar

Percorrendo lojas de eletrônicos aqui em Nova York, perguntei em três delas sobre a disponibilidade de filmes em 3D. Nada. A previsão mais otimista é de que os primeiros títulos cheguem em novembro… Televisores compatíveis, encontrei Samsung e Sony. Mas, o quê assistir neles? Os americanos têm os jogos da Copa pela ESPN e alguns documentários na DirecTV, mas ainda assim é muito pouco. Recebi convite para assistir aos jogos no Paley Center for Media, antigo Museu do Rádio e da Televisão. Achei que seria em 3D, mas me decepcionei: a transmissão estava perfeita, e pude acompanhar o sofrimento dos americanos na derrota para Gana. Mas era “apenas” em HD.

E tudo que tenho lido a respeito indica que a implantação do 3D será mais lenta do que todo mundo desejava. Mas já era esperado. Reportagem do The Wall Street Journal na semana passada perguntava: “Será que a TV 3D é pra valer”? No evento CEA Line Show, um debate sobre o assunto levantou mais dúvidas do que certezas. “Ainda temos muitos desafios pela frente”, comentou Rick Dean, da THX, que desenvolve softwares de ajuste para áudio e vídeo tridimensionais. “Não há um padrão para os óculos, e isso deixa o consumidor confuso. Fabricantes, revendedores e produtores de conteúdo terão de conversar muito mais”.

Outro especialista, Chris Chinnock, da empresa de pesquisas Insight Media, apresentou um estudo mostrando que quem já comprou um TV 3D foi aquele usuário que gosta de novidade, o chamado early-adopter, que no entanto existe em número insuficiente para sustentar o mercado. A maioria das pessoas continua desinformada sobre a tecnologia e sem saber exatamente o que significa. A favor da indústria, há o fato de que os atuais TVs 3D são tecnicamente mais avançados, com painéis mais finos, taxa de contraste mais alta e melhor definição de cores. Ou seja, quem os está adquirindo já tem em casa o máximo da tecnologia atual.

Ainda assim, nem tudo é maravilha. O mesmo estudo da Insight Media mostra a decepção de muitos usuários com a conversão 2D-3D realizada pelos novos TVs. Talvez pela expectativa de verem imagens tão boas quanto as verdadeiras 3D, o que é virtualmente impossível.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Sempre achei que está tendo muito alvoroço por causa de 3D, principalmente aqui no Brasil, onde nem a TV Digital está implantada totalmente, e nem o Blu-Ray emplacou de vez.

    Agora, como foi dito, a vantagem é que esta TV 3D também traz melhorias para conteúdos 2D, não pode é cobrarem um absurdo por uma tecnologia que não encarece tanto o produto.

  • A própria Samsung está com comerciais da TV 3D na programação televisiva e revistas mas os aparelhos não se encontra à venda em loja nenhuma.

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