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Copa, empregos e tecnologia

Que tal um investimento de R$ 3,8 bilhões em tecnologia para um país que pretende organizar dois grandes eventos mundiais? Parece ótimo, não? Pois é o que o Ministério dos Esportes está divulgando. Seria o valor do que será gasto para a Copa de 2.014 somente nos setores de telecom e tecnologia da informação (suponho que esse valor já seja suficiente também para a Olimpíada de 2.016, mas é mera suposição). Segundo o Ministério, a quantia representa 12% do orçamento total previsto para obras de infraestrutura visando a Copa.

É impressionante a capacidade que certos órgãos do governo têm de inventar dados aleatórios. Ninguém, a esta altura, pode ter a menor base para calcular um investimento como esse. Pode ter sido para impressionar a Fifa, ou eventuais patrocinadores, mas não cola. Num momento em que se decide como tocar o Plano Nacional de Banda Larga e implantar um programa sério de inclusão digital, é insano pensar em quanto será investido para um evento que acontecerá daqui a quatro anos. Ainda mais diante de toda a polêmica sobre construção de estádios, estradas e aeroportos, a questão do Centro de Imprensa do Mundial (será em SP? RJ? Brasilia?)…

Como sabemos todos o que aconteceu no Pan-2007, é bom ficar atento. Uma boa providência nesse sentido vem do Tribunal de Contas da União, que criou o site www.fiscalizacopa2014.gov.br para facilitar o acompanhamento dos gastos com a Copa 2.014. O TCU já deu sinais de que não vai ficar assistindo de braços cruzados a gandaia com o dinheiro público, por mais que os cartolas em geral estejam acostumados a isso. Em relatório divulgado na semana passada, mostrou que todas as obras previstas estão atrasadas ou em situação irregular. No site, qualquer pessoa pode checar o andamento das obras, os custos, e até fazer denúncias a respeito.

Que assim seja!

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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