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Filmes, também no Facebook

Em sua luta desesperada para encontrar novas formas de distribuição de conteúdo, Hollywood está lançando mais uma arma: a Warner anunciou ontem que os usuários do Facebook poderão baixar diretamente o filme “Batman – O Cavaleiro das Trevas” (The Dark Knight), pagando em créditos do próprio site. É a primeira experiência do gênero, com um detalhe que diz muito sobre a força das redes sociais: a direção do Facebook nada tem a ver com o projeto. A ideia foi da própria Warner, que diz já ter uma lista de outros títulos pronta para lançar no mesmo esquema, se este der certo. No sistema de créditos, o Facebook fica com 30% da receita. Nos EUA, o usuário paga 30 créditos (equivalente a 3 dólares) para “alugar” o filme, ou seja, assisti-lo via streaming por um período de até 48 horas. Enquanto assiste, ele pode continuar usando normalmente os serviços da rede, como postar comentários, atualizar suas mensagens e comunicar-se com seus “amigos”.

Vai ser interessante acompanhar a evolução dessa experiência. Com sua fantástica audiência (mais de 600 milhões de usuários em todo o mundo, segundo os dados oficiais), o Facebook pode se transformar no maior canal de distribuição de filmes do planeta. Segundo a empresa de pesquisas com.Score, somente em janeiro último mais de 42 milhões de vídeos foram assistidos pelo site, com uma média de 15,4 minutos para cada usuário (já é o sexto site de vídeos mais visitado).

Conservadores por natureza, os estúdios de Hollywood estão tendo que se virar para compensar a queda nas vendas de discos. Segundo The New York Times, já foi decretada a “morte” do DVD, ainda que o Blu-ray esteja longe de atingir os mesmos volumes de vendas e locação. Portanto, tudo que puder ser feito para atrair o consumidor a comprar ou alugar filmes, seja em que plataforma for, é válido. A Warner, aliás, é a mais criativa nesse aspecto: desde o mês passado, colocou no ar seu aplicativo para iPad e iPhone permitindo ver alguns filmes até mesmo com extras, como nos discos. Segundo li no The Wall Street Journal, essa alternativa não se restringe ao iTunes: mesmo no Brasil, onde a loja não funciona, é possível baixar o “app” para ver “Batman” e “A Origem”, por exemplo.

Não sou muito fã de ver filmes em telas pequenas, mas eis aí outra ideia que pode pegar. Vamos acompanhar.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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