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O terremoto e as indústrias

As notícias que chegam do Japão são desencontradas em relação à situação das unidades de produção de eletrônicos. A maioria das fábricas importantes fica longe da região afetada pelos terremotos e pelo tsunami, mas os efeitos colaterais de uma tragédia desse porte fatalmente acabam sendo sentidos.

Uma das empresas mais atingidas foi a Sony, que tem nada menos do que sete unidades nas regiões de Miyagi, Fukushima e Saitama, bem junto ao epicentro do caos. Em Miyagi, por exemplo, são fabricados discos Blu-ray, fitas magnéticas, cartões de memória, dispositivos ópticos e semicondutores a laser; em Fukushima, próximo da usina nuclear que quase foi pelos ares, estão duas fábricas de baterias. Também o prédio administrativo da Sony em Tagajyo, município pertencente à província (lá eles chamam “prefeitura”) de Miyagi, foi abalado pelo terremoto e teve de ser evacuado. Todas essas unidades estão fechadas desde sexta-feira, quando houve os primeiros tremores. Além disso, a empresa fechou outras unidades para mobilizar seus funcionários na ajuda às vítimas.

Nesta quarta, a Sony enviou comunicado oficial à Comissão de Fiscalização da Bolsa de Valores informando que avalia a situação em outras quatro fábricas, cujas operações estão temporariamente suspensas. E que está calculando os prejuízos para comunicar aos acionistas.

Outra empresa atingida pelos desastres foi a D&M Holdings, proprietária das marcas Denon e Marantz, cuja fábrica em Shirakawa, próximo a Fukushima, permanecia fechada nesta quarta-feira. Ali, não houve propriamente danos; o problema é que essa unidade fica numa região de acesso mais complicado, onde várias estradas foram interditadas e o serviço de trens interrompido, além de haver falta de água e energia, segundo a empresa.

Há relatos também de que unidades de produção de chips da Toshiba e da Texas Instruments foram afetadas e tiveram que suspender o trabalho, assim como de fabricantes menos conhecidos por aqui, como UMC, Elpida e a taiwanesa TSMC. Analistas acreditam até que os preços dos chips podem sofrer aumento nos próximos meses devido à queda na produção. Por sua vez, a Panasonic informou que sua fábrica de baterias em Sendai foi totalmente destruída pelo tsunami e que alguns funcionários da fábrica de câmeras digitais AVC, em Fukushima, ficaram feridos.

Não é fácil. Por mais preparado que o Japão estivesse, uma catástrofe como essa vai demorar para ser esquecida.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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