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Indústria do disco resiste

Nesta sexta-feira, foi confirmada a venda da divisão de música do grupo Warner para o Access Industries, conglomerado do bilionário russo-americano Len Blavatnik. Trata-se de um negócio de US$ 3,3 bilhões, pago em dinheiro vivo, segundo comunicado conjunto das duas empresas. Blavatnik pagou um ágio de 34,4% sobre o valor das ações da Warner Music Group. Com isso, dizem os analistas desse mercado, candidata-se naturalmente a assumir em breve também o controle da britânica EMI, envolvida em dívidas (recentemente, o Citibank emprestou US$ 5 bilhões para cobrir o rombo do grupo, na expectativa de que alguém se interesse em comprá-lo).

O que significam esses meganegócios? Aparentemente, o setor de música – fulminado nas duas últimas décadas por um inimigo chamado MP3 – não tem saída. Nunca mais teremos as grandes gravadoras dominando o mercado, como tivemos no passado Columbia, RCA Victor, BMG e a própria EMI, entre outras. O segmento tenta se reestruturar em novas bases, buscando parcerias com grupos de mídia e/ou de software que ajudem a fazer dinheiro com a venda dos artistas, e não da música em si. As poucas gravadoras que resistem estão se associando aos ídolos para gerenciar suas carreiras, co-promover turnês, vender publicidade etc. Se vai dar certo? Só Deus sabe.

Mas o que levaria um bilionário industrial, dono de dezenas de empresas nas áreas de química, produção mineral e hotelaria, entre outras, a investir tanto dinheiro num mercado decadente? Também é difícil saber. Esses magnatas russos estão comprando empresas no mundo inteiro, inclusive no Brasil, de terrenos a clubes de futebol, de resorts a minas de carvão. Agora mesmo, saiu a notícia de que o grupo News Corp, do australiano Rupert Murdoch, já perdeu mais de US$ 10 milhões em pouco mais de um mês de operação do The Daily, o primeiro jornal exclusivo para iPad. E, pelo jeito, vai continuar bancando, até se cansar da brincadeira.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • o que levaria um bilionário industrial, dono de dezenas de empresas nas áreas de química, produção mineral e hotelaria, entre outras, a investir tanto dinheiro num mercado decadente? L A V A N D E R I A, esta é a resposta!

  • Exatamente, Julio!

    Isto em qualquer lugar do mundo de hoje e de sempre, veja o caso do Brasil com compras milionárias de cavalos, gado e fazendas entre outros negócios, limpar dinheiro incerto é coisa de criança para estas pessoas.

    Quanto movimenta o jogo do bicho e bocas de drogas no Brasil?

    Perto disto Omo não lava mais branco.

    Abraços.

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