Do alto de seus quase 25 milhões de assinantes, que em 2010 geraram um lucro operacional de quase US$ 500 milhões (e um valor de mercado estimado em mais de US$ 10 bi), a Netflix decidiu deixar de ser apenas um fenômeno americano para conquistar o mundo. O Brasil deve ser sua porta de entrada na América Latina. A empresa – que começou alugando filmes em formato DVD para entrega em domicílio, mas cresceu mesmo quando passou a vender conteúdos via download ou streaming – tornou-se o maior cliente dos estúdios de Hollywood. Estes, desanimados com a queda nas vendas de discos, hoje dependem mais do que nunca dessa parceria. Provavelmente, farão tudo (ou quase tudo) que a Netflix quiser.
A venda de filmes e séries de televisão pela internet é um negócio de enorme potencial, no mundo inteiro. Conforme as conexões de banda larga vão se tornando mais estáveis, será maior a quantidade de usuários optando por esse tipo de compra, da mesma forma que muitos deixaram de comprar discos e livros, entre outros itens, em lojas físicas para encomendá-los por via online. Nos EUA, paga-se US$ 7,99 por mês para escolher entre mais de 100 mil títulos, que podem ser assistidos a qualquer momento – na tela do computador ou num TV conectado à internet. O sucesso é tão grande que, numa pesquisa recente, 47% dos assinantes da Netflix disseram estar pensando em cancelar a TV por assinatura.
No Brasil, talvez o processo seja mais lento. Comenta-se que a Netflix pode fazer uma oferta para comprar a NetMovies, primeiro serviço do gênero lançado aqui, que baseia-se totalmente na similar americana. Há também negociações com os principais fabricantes de televisores para incluir o logo “Netflix” em seus cardápios de conteúdos que podem ser acessados diretamente na tela do TV, como já acontece com YouTube, Facebook e outros sites. E, mesmo que nada disso aconteça de imediato, podemos estar diante de uma revolução na forma de comprar, alugar e assistir vídeo. Poder de fogo para tanto, essa empresa tem.
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