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Preços de Primeiro Mundo

O Dia dos Namorados foi mais um bom pretexto para se reafirmar o disparate em que se transformou a economia brasileira. Mais uma vez, o jornal O Estado de S.Paulo montou uma tabela comparando preços de vários produtos e serviços que são mais caros na capital paulista do que na capital francesa. Sim, estamos evoluindo: já ultrapassamos Nova York, Londres e agora Paris, no ranking das cidades mais caras do mundo. Quem quis dar a seu namorado ou namorada um presente mais refinado chegou a pagar 200% mais aqui do que lá. Vejam os valores (sempre em reais):

Garrafa de champagne Veuve Clicquot: Paris, 81; SP, 234

Caixa de chocolates Lindt: Paris, 14; SP, 34

Vidro de perfume Boss in Motion: Paris, 126; SP, 269

Óculos Ray-ban: Paris, 304; SP, 505

São vários os exemplos. Hospedar-se num hotel da rede Mercure próximo à Torre Eiffel está saindo por R$ 311 a diária; o hotel mais top da rede em São Paulo cobra R$ 276, ou seja, quase o mesmo valor. E, se você quiser levar sua esposa ou namorada para jantar o Le Chateaubriand, um dos restaurantes mais elogiados de Paris, irá gastar R$ 200 por pessoa. No Spot, em Sampa, a conta está na casa dos R$ 250, que tal?

A explicação mais comum é que o excesso de impostos leva os preços no Brasil às alturas. Mas essa é apenas uma meia-explicação. Além dos impostos, que são mesmo indecentes, os chamados custos indiretos é que estão por trás desse fenômeno: encargos sobre salários, taxas sobre burocracias diversas, transporte, logística, seguros, segurança… itens que incidem sobre todos, absolutamente todos os produtos. Sim, há também, em alguns casos, uma boa dose de ganância. O problema é que, mesmo assim, sempre há quem aceite pagar.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Tudo aqui no Brasil é um absurdo, somos roubados todos os dias em tudo. Lembro que pegue um taxi em Nova Iorque até o aerorto, que em tempo e quilometragem ficava mais barato que aqui em Salvador ou São Paulo.
    Não acredito mais nessa história de imposto, são altos mas existe a exploração e ânsia de retorno rápido tipicamnete de brasileiros.
    Passar um final de semana em Itacaré / Bahia é mais caro que passar o mesmo tempo em Paris. Gostaria de saber quem tem o maior salário com encargos: os funcionários da pousada em Itacaré ou do Hotel em Paris?

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Orlando Barrozo

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