Tentando disfarçar a realidade

Nos últimos dez ou quinze anos, o Brasil mudou em muitos aspectos. Dependendo do ângulo de análise, mudou para melhor. O acesso das classes menos favorecidas ao consumo sem dúvida é um deles. Quando se vê a situação da Europa, Estados Unidos, Japão etc., essas melhorias precisam ser ainda mais ressaltadas. Nada disso, porém, tem o condão de disfarçar a realidade de dados como os revelados pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IHD), divulgado esta semana pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

Por mais que o ex-presidente Lula e seus áulicos tentem contestar, são números oficiais, pesquisados e registrados. Para usar uma metáfora do futebol, de que Lula tanto gosta, tão importante quanto saber ganhar é saber perder. No caso, estamos perdendo de goleada. O Brasil foi classificado em 84° lugar no ranking da ONU, sendo que no ano passado ocupava a posição 73. Sim, mudou a metodologia de cálculo, mas continua sendo uma metodologia respeitada e confiável. Se fose mantida a mesma de 2010, nossa posição seria 85, ou seja, estacionada.

Como diz o site Todos pela Educação, a média de escolaridade dos estudantes brasileiros é um vexame: 7,2 anos, semelhante à de países africanos. Significa que, na média, uma criança começa a estudar aos 7 anos e abandona a escola aos 14!!! Como já comentei aqui outras vezes, a educação é a grande tragédia brasileira. Sem mudar esse quadro, de nada adianta querer construir fábricas de tablets, linhas de trem-bala, pontes iluminadas ou edifícios de luxo.

Quando vamos aprender a lição?