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Sony e a próxima geração de TVs

Quem disse foi o próprio Howard Stringer, homem forte da Sony: “Não podemos mais continuar vendendo TVs como estamos fazendo. Cada aparelho que produzimos significa prejuízo”. Só no atual ano fiscal, que termina em março, a empresa prevê perder cerca de US$ 1 bilhão, e a grande culpada é sua divisão de TVs – como, aliás, vem acontecendo há quase dez anos.

Como reagir? A saída é criar “um tipo diferente de televisor”. Qual? Segredo de estado. Segundo Stringer, o grupo está investindo muito em pesquisas para desenvolver uma nova geração de aparelhos que se diferencie da concorrência e recupere as margens de lucro. Não deverão ser modelos baratos, pois a Sony se arrependeu de ter entrado, ainda que por um período não muito longo, na guerra de preços deflagrada pelos fabricantes coreanos (chegou a terceirizar sua produção). Os futuros TVs Sony têm mais chance de ser parecidos com os que a Apple está desenvolvendo, e que comentamos aqui recentemente. Stringer não quis dar detalhes, mas comentou ter certeza de que Steve Jobs deixou esse projeto em andamento. “É o que todos estamos procurando: algo diferente do TV tradicional”.

Mais uma vez, Stringer lembrou que a Sony teve um ano acidentado, culminando com as enchentes das últimas semanas na Tailândia, onde a empresa produz boa parte de sua linha de câmeras, hoje seu produto mais vendido. Mas citou o iPhone como exemplo de produto “bem organizado”. O desafio seria construir também TVs que sejam bonitos e fáceis de usar, como o smartphone da Apple. “Jobs me disse que a Sony deveria se focar numa linha menor de produtos, mas isso não é fácil. Significaria fechar fábricas e demitir pessoas”. A solução, diz ele, é criar uma plataforma global para quatro tipos de displays: TV, computador, tablet e celular. “Venho trabalhando nisso há cinco anos”.

Stringer se refere à rede Bravia, demonstrada na última CES, em janeiro, e que começou a funcionar de verdade há cerca de dois meses. É uma aposta alta. O problema é que as últimas apostas da Sony não foram muito bem sucedidas. Na IFA 2010, o próprio Stringer anunciou que todos os negócios do grupo seriam direcionados para a TV 3D, inclusive com a produção de filmes e conteúdos para televisão. “Nunca pensei que fosse tão difícil expandir esse mercado”, diz agora. Também não foi muito produtiva, até agora, a parceria com o Google, empresa que vem se revelando pouco confiável como parceira.

Não à tôa, aumentaram nos últimos meses os boatos de que Stringer perderia o emprego em 2012. Ele desmente, é claro, torcendo para que novos acidentes não ocorram.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Parece-me que, no caso, a Sony apostaria suas fichas em televisões maiores, com a mais alta tecnologia, interativa, e a preços mais elevados. Algo similar ao que fez a Sharp. A venda seria destinada a uma parcela da população que pode arcar com a aquisição dos televisores. O lucro não seria volumoso, mas certamente a empresa não teria prejuízos. O conceito da Sony no Brasil sempre foi muito bom.

  • A SONY é minha marca predileta há mais de 15 anos, principalmente as TVs.
    Fico indignado, por exemplo, de ver nas lojas de eletrônicos monitores para computadores das marcas SAMSUNG e LG, muito diferente da década de 1990 em que a SONY estava muito presente nesse segmento.
    Concordo e muito com o que o Sr. Howard Stringer quando diz que as TVs da SONY deve se diferenciar em qualidade das outras marcas, ela sempre foi melhor que a concorrência.

  • Sempre fui um grande fã das produtos da sony principalmente as tvs mas de um tempo pra cá principalmente depois que a marca entrou na guerra de preços com as sul corenas Samsung e Lg , pareçe que as tvs da sony tecnicamente falando cairam muito até em qualidade de imagem . Bem com isso abriu espaço não so pra mim como pra outros colegas , onde passamos a conheçer melhor as tvs da panasonic !!! Sinceramente foi ai que tive a felicidade de entender porque a panasonic possui as melhores tvs do Mundo , se tratando em qualidade de imagem .
    Agora a famosa Sony terá que me convençer que suas futuras tvs que vem ai -materia acima - terão mesmo melhor qualidade de imagem do que as plasmas viera da panasonic. A tv que tenho em meu home é a panasonic 58'' PZ800 , com qualidade de imagem ao extremo espetacular .
    Sucesso para a sony que venha com qualidade de imagem e tvs de grandes polegadas !!!

  • Infelizmente a Sony do Brasil peca no pós-venda. Comprei uma TV de 55 polegadas em dezembro de 2013, que foi entregue pela loja antes do prazo previsto, entre as festas de final de ano. Quando retornei de viagem e abri a caixa a TV estava trincada e já tinham se passado os 7 dias para devolução na loja. CONCLUSÃO: a Sony se recusou a trocar ou consertar a TV (alega que a garantia não cobre tela trincada) e eu perdi R$ 5.000 comprando esta BOMBA. Obs. Ao adquirir uma TV da Sony saibam que nenhuma assistência técnica retira o aparelho em caso de defeito, você tem que se virar e levar a TV na assistência. Por experiência própria só tenho elogios à Samsung, a qual já precisei da garantia e fui MUITO BEM ATENDIDO. Entendo porque os japoneses estão perdendo espaço para os chineses e coreanos, questão de respeito com o consumidor.

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