É bom lembrar que a Time, ainda a revista de maior prestígio no mundo, representa essencialmente as forças do poder americano. Não necessariamente o governo, mas os grupos econômicos que têm influência sobre o presidente e o Congresso, de modo geral pendendo para o lado republicano. Vem sendo assim desde 1923, quando os jornalistas Britton Headen e Henry Luce decidiram criar a primeira revista semanal dos EUA, cujo sucesso serviu de modelo para centenas de outras pelo mundo afora. Em 1927, eles tiveram a ideia do “Homem do Ano”, que acabou se tornando uma de suas marcas. Ser escolhido passou a ser meta de políticos, empresários, artistas, celebridades em geral. A escolha quase sempre reflete o ponto de vista do chamado establishment, as tais forças citadas acima.
Ao longo destes 84 anos, apareceram na famosa capa quase todos os presidentes dos EUA, alguns deles várias vezes, como Franklin Roosevelt, até hoje o recordista, com três aparições. Houve espaço também para líderes políticos estrangeiros, como o francês Charles De Gaulle, o russo Josef Stálin e até Adolf Hitler – a escolha não necessariamente recai sobre “o melhor”, mas aquele que teve maior influência, para o bem ou para o mal; e também papas, ativistas (como Gandhi) e heróis anônimos, como o “soldado americano”, homenageado em 2003, após a Guerra do Golfo (veja aqui a lista completa).
Embora oficialmente o nome tenha sido adaptado para “Person of the Year”, já que inclui também mulheres, já foram votados até objetos, ou símbolos, como o Planeta Terra (1988), o Computador (1982), os jovens que não confiavam em ninguém com mais de 30 anos (1966) e “você” – isso mesmo: em 2006, a eleição foi, digamos, conceitual; para realçar a importância crescente da internet, colocaram um enorme YOU na capa (foto acima). Este ano, há vários candidatos: Steve Jobs (por enquanto o favorito), os jovens que detonaram as revoluções no mundo árabe, as vítimas do tsunami japonês, a nova princesa britânica, Bin Laden, as redes sociais, os manifestantes do movimento Occupy Wall Street, Silvio Berlusconi, a China e até o dólar, tão massacrado ultimamente (aqui, os candidatos já mencionados).
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