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TV Digital em discussão

Que o cronograma brasileiro da TV Digital está atrasado, todo mundo sabe (embora nem todo mundo divulgue). Embora o último censo do IBGEaponte que mais de 45% das residências brasileiras estejam recebendo o sinal, o fato é que isso representa apenas 457 municípios, dos mais de 5 mil existentes. Oficialmente, o Ministério das Comunicações diz que está mantido o prazo de 2016 para que todas as emissoras desliguem seus transmissores analógicos. Mas, nos bastidores, o próprio ministro Paulo Bernardo conversa com as empresas do setor em outros termos – é quase certo que o prazo seja adiado. A maioria das emissoras fora dos grandes centros não está sequer preparada para começar a investir em equipamentos digitais; muitas continuam à espera de uma prometida linha de crédito do BNDES para comprar suas primeiras câmeras…

Nestas segunda e terça-feiras, teremos uma boa oportunidade de verificar até que ponto as emissoras estão mesmo trabalhando com essa data em mente. Representantes do setor irão se reunir na USP com técnicos japoneses no II Simpósio Brasil-Japão sobre Avanços em Televisão Digital. Será a segunda oportunidade em que governo, emissoras, fabricantes e pesquisadores das universidades discutirão em público a respeito. Estão programados quatro paineis: Tendências Tecnológicas e de Mercado, TV Digital Interativa, Próxima Geração de Tecnologias de Transmissão e Codificação de Áudio e Vídeo e Ultra-realismo.

Único problema: somente uma emissora (a Globo) faz parte do quadro de palestrantes. Onde estarão as outras?

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Meu maior medo é que isso justifique o contínuo "empurrar com a barriga" das operadoras de TV paga. Recentemente troquei a Via Embratel SD por um pacote HD básico da NET. Eu achava a qualidade SD da Via Embratel muito ruim na minha TV LCD de 32" (entrada RCA), e esperava que com a NET HD, entrando o sinal por HDMI, até os canais SD teriam um resultado melhor. Ledo engano, entrando pelo HDMI os artefatos da compressão extrema aplicada pela operadora ficam ainda mais destacados, é um festival de quadradinhos na tela...
    Empurrando a TV Digital aberta para além de 2016 significará provavelmente que na TV por assinatura também empurrarão esse sinal SD comprimido até o talo por muitos anos. Veja que o problema não é a falta de resolução, mas a compressão que é muito alta.

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Orlando Barrozo

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