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Videogames, agora por assinatura

As principais produtoras mundiais de videogames planejam mudar radicalmente a forma de distribuir seus jogos. Em lugar de vendê-los em discos ou cartuchos de memória, vão seguir um esquema semelhante ao da TV por assinatura. Essa foi a principal decisão saída de um fórum de discussão promovido esta semana pela agência Reuters. O sinal de alerta foi o crescimento surpreendente do Zynga, primeira rede social exclusivamente dedicada a gamers. Lançada em 2007 e hospedada no Facebook, a rede começou com um capital inicial de US$ 28 milhões e hoje é avaliada em US$ 20 bilhões (vai abrir negócios na bolsa Nasdaq no próximo dia 15).

No Zynga, o usuário de jogos tem acesso a uma biblioteca gigantesca, sem limite de horas e podendo escolher os amigos com quem irá jogar – tudo que se exige é uma boa conexão de banda larga. Compram-se créditos que dão direito a escolher os jogos, o que é tão viciante quanto o próprio Facebook. Calcula-se que hoje cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo tenham caído no vício…

As produtoras de jogos em mídia física já perceberam que se trata de um concorrente de peso. Antes que seja tarde, não querem repetir o erro das gravadoras de música, que perderam a “guerra” contra a internet. “O segredo é convencer o usuário a pagar um valor mensal pela assinatura”, diz Brian Farrell, da THQ, uma das principais marcas nessa área. “Podemos ter uma receita garantida contínua, e não apenas o lucro da venda de um único disco”. Deve ser verdade: a Activision lançou assinatura de um só jogo (Call of Duty: Elite), por US$ 50 ao mês, e já atraiu 1 milhão de assinantes. Por sua vez, a Electronic Arts cobra apenas US$ 25 por uma assinatura anual de cinco jogos de esporte.

Será esse o caminho?

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Se esse for o caminho teremos sérios problemas. Pra jogar precisaremos estar sempre conectados, o que é ridículo. Mesmo eu, que jogo num Playstation 3, gosto de levar meu videogame quando viajo e com certeza não quero depender da Internet alheia pra jogar. Esse absurdo tem sido testado por algumas empresas na forma de um DRM que exige conexão contínua para jogar, mesmo que você esteja jogando sozinho. Não se saiu muito bem, as pessoas preferem obter uma cópia "alternativa" na Internet, que, além de não custar nada, pode ser jogada offline.
    Outro problema é que se sua Internet não estiver funcionando você não consegue jogar.
    Eu não acredito que esse caminho tenha futuro entre os "gamers". O que a Zynga faz são joguinhos sociais viciantes para um público mais genérico, os jogos mais "sérios" não se adaptam à essa modalidade exceto os que são exclusivamente online como o Call of Duty: Elite.

  • É inevitável. Não dá para fugir da tendencia de acessos por assinatura. esta seria somente mais uma modalidade de oferecer os produtos ao público, muito embora não deve ser excluida a venda das mídias, como foi feito até hoje, até porque existe a situação que o Fernando Rosa menciona, sem falar que a Banda Larga no Brasil, deixa muito a desejar em velocidade de transmissão, na maioria das regiões.

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Orlando Barrozo

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