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Andando para trás

Convido o leitor a (re)ler o artigo do colega Ethevaldo Siqueira – que reproduzimos aqui – sob o título “Globalização vs. Nacionalismo”. Não é novo (foi escrito há quase um ano), mas é muito atual e, infelizmente, acho que vai continuar ainda por algum tempo. Considerando o nível dos debates a respeito de política industrial (ou falta de), privatizações, inovação nas empresas e o papel do governo em tudo isso, parece que temos um longo caminho a percorrer até desembarcarmos no século 21.

Ethevaldo fala das pessoas que não aceitam (ou não entendem) a existência de tantas empresas estrangeiras em nosso país, temendo que isso represente a perda da “soberania nacional”. Para os mais jovens, talvez seja bom explicar que esse é um conceito dos anos 1930/40, quando Getulio Vargas criou estatais como Petrobrás e CSN, mantidas durante décadas com dinheiro público. Seus defensores partem do princípio de que setores considerados estratégicos só devem ser geridos por brasileiros, de preferência sob o comando do Estado. E, claro, combatem de todas as maneiras qualquer tipo de privatização, como esta que acabamos de assistir no caso dos aeroportos.

Bem, na maioria dos países civilizados esse tipo de discussão hoje está superado. O que interessa é saber se a empresa funciona ou não, se presta bons serviços à população, se recolhe impostos etc., não importa quem seja seu “proprietário”. Mas não é assim que muita gente pensa. À leitura, portanto. Como dizia Martin Luther King, sempre é a hora certa de fazer a coisa certa.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • O problema não são as empresas estrangeiras produzirem no Brasil e,sim,as estrangeiras produzirem em seu país de origem e inundarem nosso mercado com seus produtos(me refiro especificamente à China).Em decorrencia desse fato,o Brasil passa por um acelerado(e aparentemente irreversível)processo de desindustrialização.Aqui não se fabrica mais quase nada.Se vc for comprar,por exemplo,um ventilador Arno,um microondas Eletrolux,uma luminária Bronzeart,um brinquedo Estrela,verá que é tudo feito na China,pois é muito mais barato comprar dos chineses e colocar sua marca do que produzir aqui(que o digam a Nike e a Apple).A prova disso é que a participação da indústria na composição do PIB está,hoje,no mesmo nível da década de 50 quando nem tinhamos industria.É assustador.

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Orlando Barrozo

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