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O fim das mídias impressas

Em tributo ao falecimento da edição impressa da Encyclopedia Britannica, vamos discutir a velha questão: será que a mídia impressa já morreu (ou será que ela é apenas um zumbi ambulante)?

O texto faz parte da chamada publicitária para um evento realizado nesta terça-feira nos EUA pelo site Tech Republic. O mote é a notícia, divulgada semana passada, de que a velha Britannica agora só terá sua edição digital. Para quem não sabe, essa publicação chegou a ser tão importante, em seus melhores anos, quanto é hoje o Google. Todo estudante ou professor de alto nível tinha a sua, em inglês. Criada na Escócia em 1768, fez (literalmente) a cabeça de inúmeras gerações de pesquisadores, cientistas etc. No Brasil, ganhou nos anos 1940 uma versão que conhecemos como Enciclopédia Barsa, hoje pertencente ao grupo espanhol Planeta. O auge da Barsa foi sob a direção do grande mestre do idioma português em todos os tempos, Antonio Houaiss (sim, aquele mesmo do dicionário).

Cheios de nostalgia, vários especialistas escreveram nos últimos dias sobre “a morte” da Britannica, como se a edição digital não tivesse a menor importância. Só mesmo quem nunca editou um livro, jornal ou revista pode pretender que um calhamaço com mais de 20 volumes continue a ser impresso, numa época em que é preciso economizar papel e existem alternativas tão mais práticas. Se pensarmos que qualquer pen-drive é capaz de armazenar o conteúdo de “várias Barsas”, essa conversa não vai muito longe.

Agora, bem diferente é dizer – como muitos também fazem – que as mídias impressas vão morrer. Toda vez que leio essa asneira, lembro do lançamento do videocassete nos EUA, nos anos 1970, quando os estúdios de cinema foram à Justiça alegando que ninguém mais iria querer sair de casa para ver filmes!!! Não, jornais, revistas e livros nunca mais serão os mesmos após o advento das mídias digitais. Mas talvez se tornem até melhores, por que não? Afinal, talento e criatividade não são privilégios de quem só consegue se comunicar online.

Ou são?

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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