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Assista com um barulho desses

A partir desta quinta-feira, os felizardos telespectadores americanos estão livres do que lá é chamado jolting, a terrível prática das emissoras de TV de aumentar o volume nos intervalos comerciais. Demorou um ano para ser aprovada a CALM, sigla em inglês para a lei de redução do nível de áudio em anúncios e promoções de televisão. Curiosamente, o movimento a favor dessa lei cresceu depois da morte, em 2009, de Billy Mays, espécie de garoto-propaganda símbolo do país. Seus anúncios eram mais do que irritantes (confiram neste vídeo), embora fizessem sucesso – mais uma prova de que nem tudo que o povo prefere é bom. Mesmo com a queda nas reclamações contra a diferença de volume entre programas e anúncios, a FCC, órgão regular das telecomunicações, foi em frente com o projeto, agora aprovado pelo Congresso.

Esse tipo de queixa, é claro, existe no mundo inteiro. Enquanto as pessoas não reclamam, as emissoras fazem o que querem. No Brasil, lembro que em 2009 a SET (Sociedade de Engenharia de Televisã0), que reúne profissionais da área, formou um grupo para estudar o problema; não sei que fim levou esse grupo. Em maio passado, o Ministério das Comunicações acenou com a possibilidade de obrigar uma padronização no áudio das transmissões de TV, mas também não se falou mais a respeito. Na verdade, a questão está engavetada em órgãos do governo desde 2001 – até porque o problema existe desde que a televisão comercial foi inventada.

Aqui, temos vários clones de Billy Mays. Mas, aparentemente, falta vontade de calar essas vozes (ou, pelo menos, baixar o volume).

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Enquanto isso,assisto quase que só programas gravados(o jogo do Timão Bicampeão,assisti ao vivo)pois assim avanço rápido e não perco tempo com comerciais.

    O tempo economizado a médio prazo não é nada desprezível,basta fazer as contas.

  • Minha esposa me chama de "cri-cri" porque abaixo o volume sempre que entra um comercial. Me revolta isto, eu assisto a propaganda porque sou obrigado (claro, tenho opção de trocar de canal...), não porque adoro rever pela quinhentésima (sic) vez o horário da série de zumbis e que tais. Já quis comprar um eletrônico nos EUA que promete manter o volume dos comerciais no mesmo nível da programação, mas não o fiz... ainda...

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