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Balanços, previsões e chutes…

Fim de ano é sempre época de fazer um balanço do ano que passou e tentar prever (a palavra certa talvez seja “chutar”) o que vai acontecer no próximo. A curiosidade me leva a ler algumas das previsões publicadas nos últimos dias, quase todas nascidas da mera intuição do autor. Ninguém previu a crise de 2008. E já cansei de ver palpites sobre a internet destruindo as outras mídias, inclusive a televisão. Nada mais do que “chutes”…

Nessa linha, um dos textos que mais me chamaram a atenção foi o estudo divulgado pela IBM sobre as inovações previstas para os próximos cinco anos (sim, com prazo tão longo, a margem de erro diminui consideravelmente). Paul Bloom, diretor da área de pesquisas da empresa, diz que os computadores atuais nada mais são do que “grandes calculadoras”; no futuro, poderão fazer muito mais do que fazem. “Hoje, só conseguimos respostas imperfeitas, porque não temos todas as informações necessárias”, diz ele. “Nosso objetivo é fazer com que o computador, de posse de todos os dados sobre determinado assunto, consiga ‘pensar’ e encontrar as respostas completas.”

Na verdade, a gigante dos computadores já vem lançando essas análises há sete anos, sob o título genérico de “IBM 5 in 5”. São pequenas listas de fatos ou tendências com poder de mudar a vida das pessoas no período à frente. Este ano, os cinco tópicos são exatamente aqueles ligados aos cinco sentidos: visão, olfato, paladar, toque e audição. Vejam que interessante o vídeo que eles produziram. Pela ordem:

Visão – Um pixel vai valer mais do que mil palavras, dizem os estudiosos da IBM, ou seja, com imagens mais detalhadas, e em 3D, será possível ao computador detectar aspectos hoje imperceptíveis. Isso será particularmente útil na medicina. Ao examinar a imagem de uma pessoa com câncer, por exemplo, a máquina poderá visualizar, com muito maior antecedência, uma microcélula doente.

Olfato – As máquinas nas quais trabalhamos, nos informamos e nos divertimos também ganharão sensores de cheiro. Significa que um médico, com seu smartphone ou tablet, conseguirá identificar a doença de uma pessoa simplesmente aproximando o aparelho do seu nariz. A tela possuirá sensores capazes de detectar quais substâncias estão provocando os odores captados. Mais ainda: com seu celular, qualquer pessoa conseguirá perceber antecipadamente se está prestes a pegar um resfriado.

Paladar – Aplicativos e sensores permitirão analisar os componentes químicos de cada alimento, de tal modo que o usuário escolha aquilo que mais lhe agrada (em termos de sabor) e também aquilo que seu organismo mais necessita. Uma pessoa diabética, por exemplo, poderá dosar com mais precisão a quantidade de açúcar em cada fruta ou legume.

Toque – Sim, já existem milhares de telas touchscreen, mas ainda são pouco intuitivas, diz o pessoal da IBM. A ideia é avançar para sensores que identifiquem cada toque de modo diferente. A temperatura, a força e as vibrações dos dedos serão transformadas em dados que o computador irá traduzir em coisas concretas. Tudo isso a partir do celular, que será o aparelho mais importante para o ser humano daqui por diante.

Audição – Os computadores que virão nos próximos anos terão a capacidade de ouvir e entender as palavras do usuário. Claro, também já existe sistemas de reconhecimento de voz. Mas a IBM prevê um grande avanço nesse campo até 2017. No vídeo, um dos especialistas da empresa cita até o Brasil como exemplo: num país cheio de montanhas e com problemas de inundações e deslizamentos, sensores auditivos poderão ajudar a prever os movimentos de terra e assim, quem sabe, prevenir as catástrofes.

Bem, aqui sou obrigado a lembrar que na IBM eles não fazem ideia da quantidade de lixo despejada diariamente em rios, riachos, lagos e encostas de morros brasileiros, que são os principais responsáveis por essas tragédias. De qualquer modo, valeu IBM.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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