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Philips, fora também de áudio e vídeo

Depois de se desfazer de sua divisão de displays, negociada em 2011 com a chinesa TPV (do acordo resultou a TP Vision), o grupo holandês Philips anunciou nesta terça-feira a venda de suas operações de áudio e vídeo, que incluem aparelhos de som, players Blu-ray, gravadores portáteis, docks para iPhone e uma unidade chamada Lifestyle Entertainment. O comprador é a japonesa Funai, que irá pagar, segundo o comunicado oficial, 150 milhões de euros (o equivalente a US$ 202 milhões). O acordo vale por cinco anos, com direito a renovação por mais cinco. A Philips vai manter apenas o setor que produz aparelhos de cozinha e de uso pessoal, como barbeadores, depiladores e escovas dentais elétricas.

Segundo a agência de notícias Bloomberg, o presidente da Philips, Frans van Houten, deixou claro que pretende investir mais nas outras duas divisões do grupo: equipamentos médicos e iluminação, cujas margens de lucro continuam altas. Com os resultados dos últimos anos, van Houten tem a missão de enxugar os custos em 1,1 bilhão de euros, o que irá exigir a demissão de aproximadamente 6.700 funcionários em todo o mundo. Horas depois do anúncio, a Bolsa de Amsterdam registrava aumento no valor das ações da empresa, provando que era exatamente isso que o investidores queriam.

Pior para os consumidores, especialmente os fãs da marca Philips, que já haviam sofrido um choque com o fim da divisão de TVs. Os mais jovens talvez não saibam, mas a empresa holandesa foi a responsável, no passado, por inovações como a fita cassete, o compact-disc (CD) e o Digital Video Disc (DVD). É provável que todo brasileiro com mais de 30 anos já tenha usado um aparelho Philips algum dia (fundada em 1891, a empresa iniciou suas atividades no Brasil em 1924). Para entender sua evolução, este vídeo dá uma boa ideia.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • É uma pena que a Philips esteja saindo do segmento de áudio e vídeo, pois sou fã dessa marca, especialmente dos home theaters. Tenho um SOUNDBAR Philips fabricado no exterior e importado pela Philips Brasil e adoro ele. Tenho também um som Philips com entrada USB que uso eventualmente.

  • Não entendo essa viuvez fetichista quando uma marca atinge sua derrecodada. Vão-se os anéis, ficam os dedos. O empresariado e o segmento de A/V seguirá sua vida. Não será pior para os consumidores. Pior seria comprar produtos inferiores em qualidade só por causa de um selo de qualidade Philips.

  • É uma pena pois a Philips era uma empresa de vanguarda tendo inventado o cd ,a fita cassete,o sacd

  • A Philips liderou por muito tempo por qualidade, nunca por preços. E desde que os coreanos começaram a crescer, as margens foram se deteriorando e o negócio ficou inviável para a Philips. O que a empresa fez de bom, está no passado (CD, CD-I, DVD, a linha Marantz, o selo de discos de vinil Philips, etc etc). Mas é passado. Neste mercado, a inovaçao é constante e cruel e a empresa nao tem mais o foco de investir num segmento cada vez mais comoditizado. Nós como compradores, somos racionais e pagar uma fortuna para ter o "som", nao vale mais a pena. A nao ser marcas de nicho como B&O (Bang & Olufssen) ou B&W (Bowker & Willians), etc, que sao para poucos e vivem muito mais do impacto visual que tem sobre seus compradores. Hoje, a qualidade entregue por um sistema médio qualquer (LG, Sony, Samsung, etc etc), atende o que se precisa. A Philips inovou muito e foi um simbolo de TV e Áudio e anhou diversos prêmios. Contribuiu muito. É melhor pular fora agora, investir em Saúde, Bem Estar do que ficar perdendo grana em outra área que se pendura nas lucrativas.

    Ainda acho alguns dos produtos Philips fantásticos, mas a empresa perdeu o bonde da criatividade, teve a chance de trazer o iPod para o mercado, nunca fez um MP3 player que rivalizasse com o iPod, tentou entrar deseperadamente no segmento de notebooks e se retirou rapidinho (pouca gente sabe disto), inventou o Ambilight mas nao soube marketear, perdeu no ponoto de venda (vai numa Fast Shop e ninguem fala de Philips não é de hoje), deu vários problemas no pós-vendas, tudo isto sinônimo de decadência anunciada.

    É melhor ficar com a imagem da empresa que contribuiu, criou milhares de produtos excelentes e teve seu tempo.

  • A Philips nos ultimos dez anos tem piorado e muito a qualidade de seus produtos de audio e video. Considerada a referência em qualidade e durabilidade de seus produtos, a Philips nos anos 80 detinha a melhor divisão de TVs do mercado chegando a igualar com produtos japonesas como Sony, Sharp e Toshiba.
    Levando em conta que a Philips foi uma das responsáveis por denegrir a tecnologia Plasma juntamente com a LG na década passada. Por ser as mais vendidas as Plasmas da Philips eram as piores em durabilidade. Por conta disso a tecnologia de telas teve sua linha de produção prejudicada não só da Philips como também de outras marcas em especial a Panasonic que possui as melhores TVs de Plasma da atualidade.

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Orlando Barrozo

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