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Panasonic procura saída para o plasma

Notícia divulgada nesta segunda-feira pelo jornal Nikkei Shinbum, de Tóquio, reativou os boatos de que a Panasonic estaria pensando em abandonar a produção de displays de plasma. Esses rumores já vêm desde o final do ano passado (leiam aqui), e até agora não passavam disso mesmo: boatos. Como costuma acontecer quando uma empresa não se manifesta para esclarecer as coisas, é um tipo de notícia que se alastra e cada vez fica mais difícil de controlar.

No próximo dia 28, a Panasonic deve apresentar o balanço do ano fiscal que termina em março; espera-se que diga aos seus acionistas como pretende enfrentar a crise que já dura quatro anos. Uma das medidas em pauta é justamente sair do negócio de TVs, que vem dando prejuízos seguidos desde o final de 2011. Um detalhe curioso, lembrado pelo site americano The Verge, é que em 2009 a Panasonic faturou US$ 11, 5 bilhões só com televisores. As coisas iam tão bem que o grupo decidiu comprar a divisão de plasmas da Pioneer, responsável pela linha Kuro, considerada pela maioria dos especialistas como a melhor TV de todos os tempos. De lá para cá, as vendas foram caindo, e hoje a empresa luta para conseguir chegar a metade daquele valor em vendas.

 

 

“Estamos considerando uma série de opções, mas nada foi decidido ainda”, disse ao Nikkei um portavoz da Panasonic. Além de colocar à venda alguns prédios, como já fez a Sony, essas opções incluem parar de investir em plasma e ir desativando aos poucos a grande fábrica de Amagasaki (ao lado), a maior do mundo no gênero, inaugurada em 2009. Aparentemente, está descartada a hipótese de interromper a fabricação de imediato, até porque isso traria prejuízos incalculáveis à imagem da empresa. Uma corrente dentro do grupo defende maiores investimentos em setores lucrativos, como sistemas para aviões, componentes para automóveis e equipamentos para emissoras de rádio e televisão.

Na área de consumo, restariam os eletrodomésticos (hoje vendidos apenas no Japão e alguns países da Europa e do Oriente Médio), câmeras digitais, baterias e projetores; TVs, só mesmo quando a tecnologia OLED estiver mais acessível (a Panasonic trabalha nisso em conjunto com a Sony e a chinesa AUO).

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Aqui no Brasil a Panasonic vende alguns eletrodomesticos, como excelentes lavadoras de roupas (tem para vender na Fast Shop). Sao importados?

    • Sim, Rubens, esses produtos por enquanto são importados. Em breve, começa a produção nacional, na cidade de Extrema (MG). Abs. orlando

  • Me entristece esse potencial abandono da tecnologia plasma,principalmente quando não se dispõe de um substituto viável e à altura em qualidade de imagem.

    As melhores tvs que eram as da linha Kuro,da Pioneer,não conseguiram fazer com que esta sobrevivesse no mercado de tvs.

    Agora a Panasonic que até então "bombava" nesse mercado,fracassa após adquirir essa tecnologia.

    Parece que o consumidor não gosta da melhor imagem...

    Ou a Kuro tem alguma maldição?

  • É lamentavel ,nem o proprio vendedor da loja que sabe de sua superioridade não ajuda. Ate o momento não vejo outra.Plasma é muito superior,tenho a minha ha tempo e... felis.

  • Eu considero um grande exagero essa estória de que o TV de Plasma consome muita energia. Em 2008 eu comprei minha espetacular TH-50PZ80LB da Panasonic. Na época a minha conta da EletroPaulo, em São Paulo/SP, com uma Toshiba de 29", era de apenas R$135,00; mas 4 anos depois, já tendo a Plasma no lugar da tubona da Toshiba desde 2008, essa conta mensal subiu para "absurdos" R$155,00 média mensal. Pode? Hoje eu tenho a antiga Plasma mais a novíssima e fabulosa 65VT50b, agora em Uberlândia/MG, em cujo Estado a conta de Luz é a mais alta do Universo, e continuo pagando uma conta relativamente equilibrada de R$215,00, com TV ligada 8 horas por dia. O que ninguém sabe direito é que o consumo de uma TV de Plasma só é alto se ela exibir uma tela toda branca o tempo todo, quando então todos os 3 pixels RGB estarão com seu brilho no máximo (1.920x1.080x3= 6.220.800 pixels, acesos simultaneamente!!!) Soma-se a isto o fato de que a invejada 65VT50b gera uma caloria inferior a de um TV LCD/Leds Full Local dimming...

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Orlando Barrozo

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