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Automação para quem quer

 

 

 

 

Todo mundo, se pudesse, teria em casa um sistema de automação. Os benefícios dessa tecnologia – que na verdade é uma soma de várias tecnologias diferentes, mas bem integradas – já são conhecidos por boa parte dos consumidores. Ou será que não? Vejam que interessante este dado, que pincei do estudo Barômetro de Engajamento de Mídia, realizado pela Motorola com 9.500 pessoas em 17 países: os brasileiros só ficam atrás de mexicanos e chineses nesse assunto. Não sei quantos foram entrevistados aqui, mas o fato é que 33% deles revelaram interesse em serviços de gerenciamento remoto da residência, monitoramento de invasão, iluminação e aquecimento automatizados, com acesso via smartphone, tablet ou laptop. Na China, foram 37%.

Essa pode ser uma boa pista para os profissionais da área. É de se supor que esses 33% ainda não tenham recursos de automação porque a) acham que é muito complicado de usar; b) acham que é muito caro; ou c) não conhecem uma empresa ou profissional capaz de fazer o projeto e a instalação. Detalhe: estou descartando aqueles que não têm poder aquisitivo, já que o estudo da Motorola concentrou-se nos hábitos dos usuários em relação às novas tecnologias (69% deles possuem tablet, por exemplo).

Juntei esses dados com uma notícia que li ontem, no site americano CE Pro, voltado para profissionais do setor: uma empresa com sede na cidade de Bethesda, próximo a Nova York, está fazendo sucesso com a venda e instalação de… lâmpadas! Três profissionais com alguma experiência em projetos residenciais decidiram se unir, no ano passado, para fundar a Energy Squad, que passou a oferecer um serviço até então inédito na região. Não, eles não vendem propriamente lâmpadas, mas diodos de led, as fontes de luz recomendadas hoje por dez entre dez especialistas em iluminação. Além de emitir luz mais forte, os leds duram muito mais do que as lâmpadas convencionais e, ao serem descartados, não agridem o meio ambiente.

Pois bem. A Energy Squad está conseguindo convencer seus clientes a trocarem toda a iluminação de suas casas por leds, usando o argumento de que o consumo de energia se reduz, em média, 40%. Com isso, não fica difícil para seus representantes oferecer serviços agregados, como revisão da rede elétrica, instalação de dimmers e sensores que controlam o consumo de eletricidade. Para alguns, é claro, conseguem vender também sistemas de iluminação automatizada e, se for o caso, instalam também recursos de calefação, segurança etc. “Percebemos como a maioria dos instaladores está desinformada sobre essas tecnologias”, conta no site um dos fundadores da empresa, Jonathan Stovall. “A maioria dos usuários nunca viu nada disso funcionando.”

E assim, usando a bandeira do “projeto verde”, Stovall e seus sócios estão crescendo. Tanto que já se tornaram distribuidores de leds, vendendo e dando treinamento a pequenos instaladores da região. Mesmo admitindo que no Brasil pouca gente (a começar do próprio governo) leva a sério essa história de economia de energia, será que esse argumento não pode ser atraente para algumas famílias? Alguém do nosso mercado já experimentou?

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Caro Orlando,

    Vejo que o sucesso desta empresa chega a ser algo bem lógico, pois estas mudanças causadas pelas novas tecnologias - neste caso, o led - não são apenas modismo. Trata-se mesmo de uma mudança de comportamento que, aos poucos, terá penetração em todas as classes econômicas. Eu mesmo terei de refazer toda a parte elétrica da residência onde moro e pretendo trocar - o pelo menos deixar pronto para - todas as lâmpadas que temos. Não será possível para mim iniciar um projeto de automação agora, mas pretendo deixar a estrutura pronta também para isto, bem como para utilizar nos próximos eletrônicos de áudio e vídeo que estão nos planos.

    O que me causa certa surpresa é o fato de, lá nos EUA e tão próximo à Nova York, estes empresários terem deduzido o quanto os instaladores estão desinformados. Baseado nisto, como estarão, em nível de informação, os nossos instaladores?

    Abraço!

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Orlando Barrozo

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