Esse grupo, cuja origem ainda não foi descoberta, defende várias bandeiras e – por estranho que pareça – algumas são totalmente incompatíveis entre si. Ao mesmo tempo em que pregam a regulamentação da mídia, o que significa maior intervenção do Estado no setor, criticam o governo (como fizeram hoje) por não tomar providências contra o uso político das emissoras de rádio e TV. Notem que um dos cartazes cita nominalmente senadores que são donos de grupos de comunicação. Talvez os manifestantes não soubessem que o próprio Paulo Bernardo já se disse várias vezes contra a concessão de canais a parlamentares, embora admitindo que não tem força política para sequer colocar o assunto em discussão no Congresso – que é onde estão os “empresários” combatidos.
Foi curioso ver o grupo em ação no geralmente tranquilo ambiente de debates da ABTA (que eu me lembre, é a primeira vez que isso acontece). Mas é difícil não lhes dar razão quando se analisa a forma como vêm sendo distribuídas as concessões de rádio e TV. Se os protestos servirem pelo menos para levantar o debate a respeito, já terão prestado um grande serviço ao país.
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