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Ainda a questão do backlight

Quando comentamos aqui, esta semana, as diferenças entre os TVs 4K já lançados e mencionamos os painéis de backlight, faltou uma referência à solução criada pela LG: os painéis Nano Full-LED. Esse componente faz parte dos modelos de 55 e 65 polegadas da empresa, embora não estivesse no primeiro modelo 4K que avaliamos, o de 84″. É um detalhe importante, porque esse tipo de painel é muito semelhante ao Local Dimming, ambos muito superiores aos Edge-lit (vejam na foto).

No painel Nano Full-LED – usado pela primeira vez na série de TVs Full-HD lançada pela LG em 2011 (vejam este vídeo) – os leds também são espalhados pela superfície do painel. Teoricamente, executam com a mesma eficiência o trabalho de iluminar os pixels que formam a imagem, de modo homogêneo, para que seja possível visualizar na tela mais detalhes da imagem. Isso é particularmente importante em cenas escuras e detalhes como cabelos, tons de pele e pelos de animais. É nesse ponto, aliás, que reside uma das grandes vantagens dos TVs de plasma: mesmo com toda a evolução, os LCDs ainda não conseguiram atingir o mesmo nível de contraste.

Só existe aí uma pegadinha. Ou melhor, duas: a quantidade e a qualidade dos leds utilizados. Como se sabe, um display Full-HD possui 1.920 x 1.080 pixels, ou seja, 2.073.600 elementos formadores da imagem. Considerando que cada pixel representa um detalhe do quadro, para se ter a luminosidade ideal seria necessário o mesmo número de leds – cada um iluminando um pixel. Obviamente, isso é impossível, mais ainda num display Ultra-HD, que soma quatro vezes mais pixels. Os projetistas tentam distribuir a maior quantidade possível de leds pela superfície do painel. No projeto, entra a questão custo-benefício: quanto mais leds são usados, mais alto o custo do aparelho. O fabricante então precisa fazer uma opção para viabilizar a produção em escala.

O segundo detalhe é a eficiência de cada led. Esses minúsculos diodos são fabricados às toneladas na China (e em alguns outros países) e fornecidos a todos os fabricantes de displays. O ideal é que todos sejam igualmente eficientes, ou seja, que produzam a mesma quantidade de luz, para que a imagem apareça homogênea na tela. Como garantir que isso aconteça? Não há como.

Um terceiro – mas não menos importante – aspecto é que os leds são comandados por processadores, que funcionam à velocidade de nanosegundos. Aliás, leds são melhores do que lâmpadas (usadas nos TVs LCD convencionais) justamente porque têm a capacidade de responder aos impulsos elétricos com maior rapidez. Ou seja, o resultado final depende também da eficiência do processador.

Claramente, os painéis Edge-lit são uma solução mais econômica, pois utilizam uma quantidade pequena de leds, montados apenas nas bordas do painel. Local Dimming e Nano Full-LED são projetos mais eficientes e, por isso mesmo, mais caros (este outro vídeo dá mais detalhes). Mais eficientes quanto? Esse é um dos grandes segredos da indústria eletrônica atualmente. Ninguém revela o número exato de leds que utiliza, o que seria uma boa indicação do desempenho dos aparelhos.

Pensando bem, é até melhor que seja assim. Se os números fossem divulgados como são, por exemplo, as taxas de contraste, muitos usuários se enganariam. O melhor que cada um faz é confiar nos próprios olhos e verificar na prática, antes de escolher seu TV. Sempre usando cenas escuras, que dão a melhor medida da eficiência dos displays.

Para quem quiser saber mais sobre o assunto, recomendo os artigos abaixo:

Como ajustar a imagem de seu TV

As diferenças entre TVs de LED e de plasma

Como é por dentro um TV com painel de leds

 

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Pessoal, independente da quantidade de leds utilizados nos modernos painéis de LCD, e da forma de sua implementação, todos que entendem de imagem sabem que a tecnologia que mais aproxima a imagem da visão real ainda é a TV de Plasma, que agora terá que contar com a concorrência dos painéis tipo OLEDs que funcionam, em termos de iluminação dos seus pixels, idêntico aos painéis de Plasma: pixels auto iluminados, não precisam de luzes traseiras para iluminarem a imagem formada. Isto, por si só, já explica tudo, a despeito desses OLEDs ainda enfrentarem problemas de durabilidade do seu pixel azul... A grande vantagem das modernas TVs de LCDs (com Leds) ainda é o seu brilho excessivo, muito atraente mas que estraga a naturalidade da imagem, que apesar de deslumbrantes continuam irreais. Os painéis OLEDs prometem juntar algumas vantagens dos painéis LCD com a qualidade absoluta da imagem geradas pelos excelentes TVs de Plasma de hoje, a exemplo da minha excepcional 65VT50b da Panna e da nova safra da Samsung 64E8500, o resto continuará sendo Lendas Urbanas...

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Orlando Barrozo

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