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Áudio digital, padrão high-end

Semanas atrás, comentamos aqui a iniciativa de alguns fabricantes de criar o HRA (“áudio de alta resolução”). Se vai ou não dar certo, ninguém sabe. Mas boa parte das empresas especializadas em áudio high-end já percebeu que não é mais possível ignorar o fenômeno da música digital. Na CEDIA Expo, realizada em setembro, isso ficou claro.

Marcas cultuadas – McIntosh, Classé, Sunfire, Bryston, Cambridge, Parasound, Mark Levinson, todas hoje com distribuição oficial no Brasil – exibiram no evento mais do que seus tradicionais super powers, preamps e processadores estéreo e surround. Todas estão investindo no aperfeiçoamento de seus DACs (conversor digital/analógico), e/ou fazendo parcerias com bons fornecedores de players, como a californiana Oppo e a japonesa Pioneer, hoje pertencente ao grupo Mitsubishi. Com o aprimoramento dos players Blu-ray e o surgimento do formato Blu-ray Audio (BDA), o consumidor mais exigente passa a ter ótimas opções para ouvir música como se deve.

A canadense Classé, propriedade da B&W inglesa, é um bom exemplo. Lembro de ter conversado com um de seus executivos em visita ao Brasil, anos atrás, quando ele me dizia não acreditar no Blu-ray. Mas a empresa soube entender a mudança de comportamento do consumidor. Resultado: está lançando o pré-amplificador CP-800, cujas entradas USB são associadas a novos DACs e a uma tecnologia que a empresa chama de re-clock (refere-se aos chips que fazem a leitura do sinal e regulam o tempo exato da conversão de cada bit).

O amplificador integrado MA8000, da americana McIntosh, que entrega 300W em cada canal, também possui entrada USB para fontes de áudio digital e é capaz, segundo o fabricante, de reproduzir conteúdos de 32-bit com frequência de amostragem de 192kHz. E a NAD, outra canadense de peso, decidiu entrar no segmento de servidores de música com um trio interessante: um player digital (M50), um DAC (M51) e um dispositivo de memória (Music Vault, mod. M52). É uma configuração (foto) semelhante à da celebrada Kaleidescape, que já comentamos aqui. Você pode armazenar o conteúdo de centenas de discos na memória do aparelho, além, é claro, de arquivos de computador contendo músicas baixadas da internet, por exemplo. Cabem 200 mil arquivos MP3 em 256k, ou 18 mil arquivos FLAC (24-bit/96kHz). Como o DAC funciona também como pré, basta acrescentar um bom amplificador e um par de caixas para usufruir de tudo isso em alta resolução.

Enfim, vemos o segmento de áudio high-end, que muitos davam como condenado, responder ao chamado nas novas gerações. Que não necessariamente gostam do que ouvem em seus iPods.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Hi-End sempre será Hi-End para ouvir música.O som analógico ainda é imbatível no segmento estéreo.Para filmes fico com o multicanal,somente para este caso,nunca música

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