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Netflix e o almoço grátis

“Não existe almoço de graça”, brincou James Cicconi, vice-presidente da AT&T, uma das maiores operadoras de telecom do mundo, ao ler a sugestão da Netflix de que as conexões de banda larga deveriam ser gratuitas. A polêmica foi esmiuçada, na semana passada, por vários sites de tecnologia. Tem tudo para acabar entrando no rol das grandes piadas do mundo empresarial.

Para quem não acompanhou: o presidente e fundador da Netflix, Reed Hastings, publicou em seu blog uma crítica feroz aos provedores de internet, que querem aumentar o preço de seus serviços. Recentemente, a empresa sofreu pelas redes sociais uma enxurrada de críticas de assinantes, devido à lentidão no acesso a seus conteúdos. Para evitar maiores estragos a sua imagem (e a consequente perda de receitas), Hastings fez um acordo com a Comcast, maior provedora dos EUA, para pagar a mais por sua conexão. “Somos favoráveis à neutralidade na internet”, escreveu ele, “por isso achamos que os provedores deveriam fornecer o acesso sem custo. Afinal, estamos prestando um serviço aos nossos clientes, e só enviamos o conteúdo que eles solicitam”.

Tanto AT&T quanto a própria Comcast divulgaram comentários irônicos a respeito. “Não existe almoço de graça, e também não existe entrega gratuita de filmes. Alguém tem de pagar”, questionou Cicconi, classificando a proposta de “arrogante”. Para ele, a queixa só existe porque a Netflix ganha muito dinheiro vendendo seus conteúdos. “É o preço que se paga para manter um serviço de sucesso. A Netflix acha que esse custo deve ser pago por todo mundo que usa a internet, não apenas pelos seus assinantes. Quero ver se ele consegue convencer as pessoas disso.”

Como se vê, não é só no Brasil que existem espertinhos querendo almoçar de graça.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • O Sr. Hastings tem razão, os consumidores já pagam pela Internet (e não pagam pouco). Se você tem uma conexão de 10M deve fazer uso dela. Querer que cada um pague pelo que usa seria como voltar ao modelo absurdo de cobrança por MB.

    Agora perguntemos aos executivos das companhias telefônicas e de cabo se vão cobrar bem baratinho daqueles que usam a Internet apenas esporadicamente, para acessar o Facebook e ler as notícias num portal qualquer. Claro que não! Querem receber a franquia integral dos que não usam e querem cobrar mais dos que usam tudo o que pagam.

  • Não tenho o que reclamar da Netflix, o preço, imagem ótima, som excepcional mas, fica devendo no conteúdo. Deveria incluir mais filmes, tanto os antigos como os mais atuais.

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Orlando Barrozo

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