O filme de 35mm foi usado pela primeira vez em 1894. Com o tempo, tornou-se padrão mundial e, do ponto de vista tecnológico, pode-se afirmar que é um milagre ainda ser usado hoje, 120 anos depois. Mas é da vida. Nos EUA, 92% dos cinemas já adotaram equipamentos digitais – muitos nem sabem mais o que é um projetor de película. Por mais que tenhamos certa relação de afeto com o cinema tradicional (assim como tínhamos com o filme Kodachrome), é preciso encarar a realidade digital.
Não sem controvérsias, claro. Sabe-se que uma cópia de filme em celuloide custa hoje em torno de US$ 2 mil nos EUA; no Brasil, por volta de R$ 7 mil. Lá, por 100 dólares consegue-se produzir a cópia em disco rígido com a mesma qualidade. Considerando que uma produção de sucesso é exibida geralmente em 150 mil salas (um terço delas nos EUA), pode-se calcular a economia de escala.
Mais: nos últimos anos, os estúdios vêm financiando as grandes redes de cinema americanas no trabalho de reequipar as salas, instalando projetores e players digitais, além dos HDs onde os arquivos ficam armazenados; muitas salas têm instalado também antenas parabólicas, para receber os filmes via satélite. Imaginem o que tudo economiza em logística, transporte, armazenamento etc.
Sei, você deve ter pensado nos pequenos cinemas de sua cidade. E talvez, como eu, lembrado do menino e do projecionista de Cinema Paradiso (da foto acima), para mim o melhor filme já feito sobre o tema. Sim, muita gente está perdendo o emprego com essa “evolução”. Melhor ficar com as lembranças. Este é um mundo (cada vez mais) digital.
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