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Caixas acústicas: qual é o número ideal?

Os novos TVs de tela grande, de marcas como Sony e LG, trazem vários alto-falantes embutidos e um microprocessador surround, que simulam o envolvimento de um home theater. Em alguns casos, o usuário pode até achar que está, mesmo, diante de um. Já Samsung e Philips, só para citar mais dois exemplos, estão lançando em alguns países uma espécie de combo: TV com soundbar acoplada, o que vem a dar no mesmo. Quem ouve pode perfeitamente se iludir de que se trata de um sistema surround de verdade, com caixas espalhadas pela sala.

Tudo isso acontece no domínio do software. São códigos e algoritmos que permitem manipular o sinal de áudio, cumprindo seu papel de “simuladores”. Nada contra. A maioria das pessoas não consegue mesmo distinguir entre o falso e o verdadeiro. Mas cito esses detalhes para mostrar como, pouco a pouco, as caixas acústicas parecem estar perdendo importância na indústria eletrônica. Acabo de ler um artigo que vai ainda mais longe; na verdade, o que está perdendo importância são os equipamentos propriamente ditos, o chamado hardware. A diferença, na maioria dos bons produtos (não todos, claro), está cada vez mais no software.

Vejam o que acontece com o novo processamento Dolby Atmos, cuja versão doméstica acaba de ser lançada nos EUA, como informamos aqui. Quase todo dia vejo um especialista comentar sobre o tema, e a maioria considera uma “revolução” poder rechear a sala de caixas acústicas para levar o envolvimento surround “ao infinito e além”. Poucos se perguntam se o consumidor quer, de fato, tudo isso. A própria Dolby, por sinal, lembra que para apreciar filmes codificados em Atmos (que não passa de um software) não há necessidade de muitas caixas – estão são essenciais, sim, nas salas de cinema, em função da área a ser preenchida acusticamente.

Há algumas semanas, a empresa americana Atlantic Technology lançou os chamados “módulos Atmos” (foto ao lado). Ao preço final de 500 dólares o par, você adquire esses acessórios para acoplar sobre as caixas convencionais e, com isso, produzir o mesmo efeito de envolvimento. E aquelas caixas que lhe custaram tanto esforço para pagar acabam se tornando meras coadjuvantes. Uma bela simulação.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Eu particularmente , sempre dei valor a qualidade de imagem mas sou super exigente também quando o assunto é audio ; Tenho aqui na sala de home o sistema 5.1 e super satisfeito pelo preenchimento sonoro e envolvimento com as caixas torres de alta performance todas importadas , receiver onkyo 806 , e já penso no Dolby Atmos ,mas já li materias infornando a necessidade de ter uma ou duas caixa no teto e como tenho o rebaixamento de gesso , vejo isso meio complicado .
    Bem Orlando , qual seria a melhor medida em mudanças no futuro , no meu caso já que existe desencontro de informações quanto a esse assunto ? Pra mudar , tenho que ter certeza que o envolvimento sonoro irá fazer muita diferença com o atual que tenho , pois assistir um belo filme com qualidade de audio vale apena .

    Abraços ,Orlando e parabéns pelo seu conhecimento , sou um dos seus admiradores .

    • Olá José Carlos, mais uma vez obrigado pelas palavras gentis. De fato, ainda há muita incerteza sobre os reais benefícios do Dolby Atmos. Ainda não testamos nenhum aparelho com esse recurso, portanto só podemos falar em teoria. O que se sabe, informado pela própria Dolby, é que não há necessidade de instalar caixas no teto. Claro, com estas o efeito dos sons se espalhando na área superior da sala será mais perceptível. Mas, usando um receiver com Atmos e apenas as cinco caixas de um sistema 5.1, pode-se obter efeito próximo àquele. Para isso, é necessário acoplar às caixas os chamados "módulos Atmos", que estão começando a sair no mercado americano. Esses módulos se encarregam de direcionar parte dos sons para cima. Como dissemos, por enquanto é teoria. Teremos de ver (e ouvir) na prática para saber se compensa o investimento. Abs. Orlando.

  • Olá Senhor ; Orlando Barrozo .

    Fico muito feliz em receber sua resposta e agradeço como sempre .
    Perfeitamente entendido e sei que ja estão chegando os receivers com essa tecnolgia Dolby Atmos e sendo assim num futuro bem proximo o meu receiver onkyo além de 4k terá o dolby Atmos .

    Todos os meses adquiro a revista HomeTheater e leio todas as novidades em tecnologia e sempre me basei nas informações quando tenho minhas dúvidas nas compras . Teoria é facil , mas quero ver na prática e com certeza vou aguardar vocês fazerem o teste com o aparelho com o recurso Dolby Atmos e as caixas é claro e com muita ansiedade já estou aguardando !!!
    Aproveito para Parabenizar tambem toda a equipe de profissionais da revista em especial Alex dos Santos ,uma pessoa de caráter e um grande profissional .

    Abraço e fique com Deus sempre .

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Orlando Barrozo

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