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Sony volta a dar lucro

Reportagem recente do jornal The Wall Street Journal (leiam aqui um resumo em português) revela que, pela primeira vez em dez anos, a divisão de TVs da Sony irá dar lucro no atual ano fiscal, que se encerra em março. É uma vitória e tanto para Masashi Imamura, que dirige a divisão há quatro anos (antes havia conduzido com êxito a linha de câmeras digitais).

O lucro será baixo, na casa de 1%, e as perspectivas para os próximos não são muito otimistas: no máximo 4%. Mas esse resultado está sendo interpretado pelos analistas de mercado como consequência da estratégia recente da empresa, de evitar a “guerra de preços” com as concorrentes coreanas e chinesas e se concentrar nos modelos top de linha (4K acima de 40 polegadas). “Nosso compromisso é nos tornarmos lucrativos, não ganhar market-share”, disse Imamura.

Como já comentamos aqui, o próprio CEO do grupo Sony, Kazuo Hirai, admitiu a hipótese de vender a divisão de TVs, assim como já foi feito com a de computadores Vaio. O plano seria focar nos negócios que estão dando lucro, como os videogames PlayStation, a produção de sensores para câmeras de smartphone (a empresa fornece para a Apple) e as divisões de cinema e televisão. Assim, TVs e aparelhos portáteis não seriam prioridade. Nos últimos meses, o grupo fez inúmeros cortes nessas duas divisões; se não se tornarem lucrativas, e de forma sustentável, ambas serão passadas adiante.

Daí por que o WSJ se pergunta se essas medidas serão suficientes para fazer a Sony voltar a brilhar – a imagem do homem assustado na foto que ilustra a reportagem, reproduzida acima, é bem ilustrativa a respeito.

Nesse quadro também se insere a decisão de não renovar o contrato de patrocínio com a Fifa, que vence no próximo dia 31. Fontes da Sony citadas pelo jornal inglês Daily Telegraph disseram que o altíssimo investimento (mais de US$ 800 milhões) não deu o retorno esperado e que, além disso, a empresa se alinhou com outros patrocinadores, como Coca-Cola e Emirates, insatisfeitos com os desdobramentos das denúncias de corrupção na Fifa.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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