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Olimpíada 2016 não terá 4K

O Comitê Olímpico Internacional anunciou que, ao contrário do que muitos esperavam, não haverá transmissões em 4K durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, marcados para o ano que vem. Caminhando na direção oposta à de quase toda a indústria, Yiannis Exarchos, diretor da OBS (Olympic Broadcast Services), empresa responsável pela venda dos direitos de televisão do evento, explicou que “não há demanda” para essa tecnologia.

“Temos que seguir o que dizem as emissoras, com quem negociamos”, disse o executivo. “E, neste momento, parece que nenhuma delas tem planos de utilizar equipamento UHD na cobertura dos Jogos.”

Ao contrário da Copa do Mundo, em que a Fifa fez todos os esforços para que as transmissões utilizassem a mais recente tecnologia disponível (embora poucos torcedores tenham tido acesso), a Olimpíada é administrada de forma conservadora. A idéia é só adotar uma inovação quando ela já estiver consagrada – ou, pelo menos, razoavelmente disseminada.

O site 4k.com, que defende os interesses dos fabricantes, não engoliu a explicação. Suspeita haver no ar um clima de “traição”. Com mais de 10 milhões de TVs UHD já vendidos, e as estatísticas apontado para muito mais este ano, a indústria contava com o impulso olímpico, já que a falta de conteúdo em 4K é considerada a grande barreira à adesão dos consumidores.

Mas, pelas palavras de Exarchos, o COI tem outras prioridades. Está em estudos, por exemplo, a liberação do sinal dos Jogos em mídias digitais visando o uso de realidade virtual. “Nossa equipe está analisando aplicativos e a melhor forma de adotar essa tecnologia já em 2016”, anunciou, citando smartphones e os óculos do tipo Google Glass, que criam “uma nova experiência visual” para o usuário.

Quanto ao 4K, ele foi taxativo: “Na minha opinião, 8K tem mais chance de vingar… A diferença é muito mais perceptível do que entre HD e 4K”. Ainda segundo Exarchos, a OBS está trabalhando em conjunto com os japoneses da NHK para, se tudo der certo, utilizar a Olimpíada seguinte (2020, em Tóquio) como plataforma de lançamento das transmissões em 8K.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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