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OTT: como enfrentar esse inimigo

Se, para operadoras e programadoras, é complicado enfrentar a concorrência do Netflix e dos demais serviços de vídeo pela internet (os chamados OTT), que dizer das telefônicas diante do fenômeno WhatsApp? Foi a pergunta levantada pelo presidente da Vivo, Amos Genish, durante debate na ABTA 2015, que acompanhamos esta semana em São Paulo. A pergunta, naturalmente, ficou sem resposta. Ninguém sabe.

No encontro, Genish e o presidente da América Móvil, José Félix, apontaram o excesso de tributação e de regulação como os principais gargalos do mercado. Lembraram que, na Argentina, a penetração da TV por assinatura é de 80%; na América Latina como um todo, 45%; no Brasil, 30%. “Precisamos dar um jeito de baixar o custo para o usuário”, disse Genish, que não aceita o argumento de que a crise econômica é que está segurando o mercado.

Por sua vez, Félix foi duro contra o governo. “Como empresa, estamos ignorando a crise”, afirmou. “Acabamos de lançar um novo satélite e vamos investir mais para reverter a perda de assinantes que houve nos últimos meses. Enquanto isso, os governos estaduais parecem alienados da realidade e aumentam o ICMS”, ironizou, lembrando que o serviço de TV paga possui 1.600 regras legais, uma legislação que não existe em nenhum outro país.

Segundo Genish, os serviços OTT não regulamentados fazem “o pior tipo de pirataria que existe”, opinião compartilhada por dez entre dez executivos do setor. O próprio presidente da Anatel, João Rezende, que participou do encontro, admitiu não ter uma solução para o problema, já que é impossível fiscalizar a internet.

No fundo, Netflix, WhatsApp, Google, Uber etc. são todos filhos da mesma mãe: aquela que se convencionou chamar de “neutralidade da rede”. Todo mundo a defende, até o momento em que sente seus efeitos na pele (e no bolso).

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • No caso do WhatsApp,as operadoras de telefonia não ganham com uso da internet 3g ou 4g?

  • Empurram pacotes com 150 canais para assistirmos 15 ou 20 e ainda choram...Ah sei, os estúdios são inflexiveis nas negociações...sei! A verdade é que pagamos caro pela tv a cabo e a Netflix cobra barato, se tornando um complemento para quem tem, digamos, mais dinheiro e a única forma de diversão para quem tem pouco! As telefônicas oferecem internet ruim e só ofertam boa conexão nos grandes centros urbanos. Já o governo cobra impostos absurdos! É muito mimimi por ter margens de lucro, já absurdas, reduzidas! Viva a neutralidade da rede e pena que não oferecem uma conexão melhor para eu poder assistir em 4k!

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Orlando Barrozo

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