O acordo anunciado na semana passada entre a Netflix e a Liberty Global, um dos maiores grupos de televisão do mundo, não é propriamente uma surpresa. Três semanas atrás, o serviço de internet havia fechado parceria com a Comcast, maior empresa do setor nos EUA, e a partir deste mês entra em vigor o contrato firmado com a Walt Disney em 2012: somente através do Netflix será possível aos americanos assistir às produções dos estúdios Disney, Marvel, Lucasfilm e Pixar, pertencentes ao grupo.
Somando tudo, não é pouca coisa. Já houve notícias de que Reed Hastings, fundador e CEO da Netflix, iria assumir a presidência da própria Disney, mas talvez sejam exageros. Fato é que sua empresa parece mesmo decidida a se expandir. Informa o site Investopedia, especializado em finanças, que após atingir a saturação em seu próprio país, com mais de 50 milhões de assinantes, Hastings montou um plano de ampliação feroz para cobrir nada menos do que 180 países; além disso, está investindo cada vez mais em produções próprias, e que tenham apelo multi-região, incluindo elenco não americano, como Narcos (que já tem mais duas temporadas sendo rodadas) e Sense8.
Porém, e sempre existe um porém, o mesmo site lembra que as ações da Netflix continuam sendo um problema. A queda este ano foi de 15%, e o número de assinantes adicionados ficou em 1,5 milhão (contra 2 milhões previstos em balanço). Manter uma operação global desse porte custa muito, muito caro; e produzir séries do mesmo nível de Narcos e Marco Polo, também. O crescimento mundial do serviço depende fundamentalmente da expansão das redes de banda larga, que é complicada em muitos países, e também da mudança nas normas de regulação (exemplo: como ficará a Europa em função do Brexit).
Mas, pelo menos, apetite não falta!
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