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Canais abertos na TV paga: a novela continua

A notícia de que algumas redes de TV aberta estão negociando com o Netflix já era esperada pelo mercado. Faz parte de uma disputa maior, em torno da obrigatoriedade de os canais pagos transmitirem os sinais das emissoras, como manda a legislação atual. As operadoras pressionam o governo para poderem escolher quais canais oferecer aos assinantes, mas essa é uma batalha difícil de ganhar. Na semana passada, a Anatel mais uma vez negou pedido encabeçado pela Sky (e encampado pela ABTA – Associação Brasileira de TV por Assinatura), encerrando – pelo menos temporariamente – as discussões.

Para quem não está familiarizado com esse jogo político: em setembro passado, três das principais redes (Record, SBT e Rede TV) criaram uma empresa chamada Simba, com o objetivo de negociar a distribuição de seus programas fora da rede aberta. A justificativa era que as operadoras de cabo e satélite deveriam pagar para exibir o sinal dessas emissoras. Net/Claro, Vivo, Sky e Oi naturalmente não aceitam, o que cria um impasse: o que aconteceria se, digamos, a Net deixasse de veicular o SBT? Perderia assinantes por causa disso?

Na semana passada, o colunista Ricardo Feltrin divulgou em seu blog que a Simba começou a negociar com a Netflix e pretende fazê-lo também com a Amazon, numa ameaça velada às operadoras. Descontando o fato de que dificilmente os assinantes da Netflix teriam interesse nos conteúdos daqueles três canais, fica claro o jogo de pressões.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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