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Tecnologia na escola: Brasil de Primeiro Mundo

Conheci na semana passada as instalações do Insper, hoje uma das instituições de ensino mais respeitadas do país. Com quase 10 mil alunos (o dobro de cinco anos atrás), virou referência internacional por implantar novos conceitos educacionais, estimulando a criatividade dos alunos e a interação com os professores. Estes deixam de ser meros ‘palestrantes’, transformando completamente a experiência do aprendizado. Para colocar isso em prática, a tecnologia revela-se fundamental.

Bem, antes de falar disso, é importante lembrar como nasceu o Insper. Um grupo de empresários de sucesso, com passagens por universidades americanas, decidiu trazer de lá o modelo que fez delas as melhores do mundo. Fizeram o investimento inicial, depois saíram em busca de outros como eles, que estivessem dispostos a doar recursos para o projeto. Embora cobre mensalidades altas, o Insper não tem fins lucrativos: toda a receita é reinvestida, inclusive para pagar alguns dos melhores professores do país.

No Insper, os alunos dedicam-se em tempo integral aos estudos, são desafiados a diversas atividades extra-aula e o grau de exigência não permite acomodação. Todos usam notebooks – aos que não podem comprar, a escola fornece – e compartilham seus trabalhos em rede. O layout das salas é pensado para facilitar a troca de conhecimentos, seja numa aula para 120 alunos, num seminário com convidados internacionais ou reuniões em pequenos grupos. 

Microfones e alto-falantes de teto, revestimentos acústicos, mesas com conexão de banda larga, projetores e telas convivem com lousas de giz revestidas de cerâmica, fornecidas por um fabricante americano. Um sistema de automação, acionado pelo próprio professor num tablet, comanda tudo. E uma equipe técnica especializada em AV e automação pode ser acionada a qualquer momento (manhã, tarde ou noite) caso surja algum imprevisto durante as aulas.

Detalhe que me chamou a atenção: embora seja uma escola de elite, hoje voltada às áreas de Economia/Administração, Direito e Engenharia, o Insper não faz distinção social. Qualquer jovem com curso médio completo pode se candidatar a uma vaga, mesmo que não tenha condições de pagar a mensalidade. Se demonstrar potencial nos testes (e isso envolve principalmente a capacidade de estudar e trabalhar em grupo), será matriculado. 

Sem hipocrisia: é claro que só consegue entrar quem possui uma boa base educacional anterior. Mas parece a escola dos sonhos de todo pai de família. Todas deveriam ser assim. Neste link, é possível fazer um tour virtual pelas instalações e entender melhor a filosofia do Insper.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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