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O game que faz mal à saúde

Não sou especialista em games, mas desconfio que essa brincadeira esteja indo longe demais. Muito já se falou e se escreveu sobre jogos que viciam. Até aí, nada de novo: também se dizia antigamente que a televisão viciava e produziria gerações de estúpidos e inúteis. OK, ainda não chegamos lá, mas no caso dos games as notícias são bem mais assustadoras.

Diz a agência de notícias Bloomberg que, nos EUA, pais estão levando seus filhos para clínicas de rehab por causa de um jogo gratuito chamado Fortnite, lançado no ano passado. O jogador é desafiado a participar de “batalhas” online enfrentando até 100 adversários, até que sobre apenas um – o campeão. Especialistas comentam que é irresistível, alguns chegando a comparar com heroína e outras drogas. 

A reportagem entrevistou pais e mães aflitos, que agora recorrem a casas de reabilitação. Pelo visto, são clínicas que atuam de modo similar àquelas voltadas para alcoólatras, tabagistas e outros dependentes químicos: o paciente precisa ser afastado totalmente de tudo que se relacione ao seu vício, o que, em se tratando de games, significa não ter contato com nenhum tipo de tela de vídeo. Duro, não?

Mas o Fortnite não ameaça apenas crianças e adolescentes. Os repórteres apuraram que nada menos que 200 milhões de pessoas já se cadastraram no site da Epic, produtora do jogo, transformando-o num negócio bilionário. Na Inglaterra, um serviço online de divórcios – não sabia que isso existia – registrou este ano 200 casos em que o jogo foi citado como causa da separação. 

Será que a culpa toda é do joystick?

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Que exagero triste. Há uma constante na história recente (último século talvez), pais sempre vão procurar se eximir da responsabilidade, culpando as histórias em quadrinhos, o rock, a TV, o computador, o celular e videogames pelas disfunções de seus filhos.
    Videogames não viciam mais do que qualquer outra atividade divertida / prazerosa. Tudo em excesso faz mal, mas nem todos conseguem ou querem se controlar.
    É verdade que muitos jogos gratuitos usam técnicas de controle de comportamento para explorar os mecanismos de vício dos humanos, mas isso é muito mais comum nos jogos para celular.
    Em resumo, cabe à sociedade / estado / lei estipular um sistema de classificação etária, cabe aos pais educar e controlar seus filhos.

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Orlando Barrozo

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