Segundo Raimundo, uma boa definição para a meta traçada pela Globo está na expressão americana “from-glass-to-glass“, ou seja, da lente da câmera à tela do consumidor, ambas feitas de vidro. Definindo-se como uma content company (produtora de conteúdo) até agora, o maior grupo de comunicação brasileiro quer agora ser uma media tech company, ou seja, capaz de não só produzir, mas também “empacotar”, distribuir e monetizar o conteúdo, qualquer que seja o dispositivo onde será visto.
Raimundo defende que nenhum outro sistema de comunicação disponível hoje no mundo – e cita nominalmente Netflix, Amazon e YouTube – é capaz de oferecer tudo isso. Exemplo recente: o recorde mundial de transmissão ao vivo pela internet é da Índia, onde uma partida de cricket teve audiência de 14 milhões de pessoas. Nesse país, grande parte dos dispositivos usados na recepção são smartphones e, portanto, de baixa resolução.
“Podemos dizer que isso equivaleria a 2 ou 3 milhões de pessoas em transmissão HD. Ou seja, nada se compara ao que conseguimos aqui com nossa infraestrutura de transmissão, que atinge 100 milhões de usuários. De tudo que já pesquisamos, inclusive conversando com nossos colegas de outros países, não há nada parecido no horizonte dos próximos anos. O modelo broadcast continuará sendo relevante por muito tempo”.
A Globo tem hoje cerca de 4 mil profissionais só na área de tecnologia, com a missão de fazer funcionar a super estrutura formada por Globo, Globosat, Globoplay e Globo.com. Por decisão da família Marinho e do atual presidente-executivo Jorge Nóbrega, todos os setores do grupo agora devem se adaptar à mudança, integrando suas atividades sob a ótica da tecnologia. “A tela de TV continua sendo onde o consumo de conteúdos se dá por mais tempo”, diz Raimundo. “Precisamos construir uma experiência na tela grande em que o consumidor nem perceba se o que está assistindo vem pela TV aberta, pelas operadoras ou pela internet”.
A entrevista completa será publicada proximamente.
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