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Como fica a indústria de displays na China

Algumas das maiores fábricas de displays do planeta estão localizadas em Wuhan, a metrópole onde tudo começou. Assim que foram notificadas as primeiras mortes, ainda em janeiro, o governo chinês determinou o fechamento de toda a indústria e comércio locais e o isolamento da cidade, de 12 milhões de habitantes. Só que já era tarde. O vírus havia se espalhado e, numa área com tal densidade populacional, não é difícil imaginar o que ocorreu.

No fim, como comentamos aqui semanas atrás, a China conseguiu conter a propagação do vírus graças à dedicação de milhares de profissionais de saúde, a sua tecnologia altamente avançada e – mais que tudo – à quarentena obrigatória e sem contestação. Ficou o saldo para a indústria local, que somente na semana passada começou a retomar aos poucos a atividade. Agora, com mais calma, analistas de mercado estão divulgando números que dão ideia do tamanho do desastre.

A consultoria DSCC (Display Supply Chain Consultancy), sediada no Japão, calcula que o PIB da China terá queda de 19% este ano, menos que os EUA (25%) e a Alemanha (30%). O setor de tecnologia certamente será um dos mais impactados, não exatamente pelo baque na produção chinesa (que talvez nem seja tão forte), mas pela demanda muito mais baixa do que a prevista. As vendas de painéis de TV devem cair 10%, assim como as de smartphones, diz a DSCC (veja aqui). 

Curiosamente, Wuhan estava se preparando para um grande boom na produção de displays este ano, expandindo sua área industrial de 2,5 para 18,6 milhões de metros quadrados entre 2019 e 2022. Esses planos talvez tenham que ser revisados. BOE (Beijing Oriental Electronics) e CSOT (China Star Optoelectronics Technology), esta ligada ao grupo TCL, as maiores do setor, começavam a instalar novos equipamentos de produção quando o vírus chegou. O atraso será de quatro a seis meses.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Excelentes informações em um época que estamos presos em casa. Sugiro que, de tempos em tempos, vocês atualizem esse tipo de informações, com novas plataformas que surgirem.

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