Num dos artigos, publicado no UOL, a professora Alessandra Montini, da FEA-USP, especialista em Big Data e Inteligência Artificial, defende ardorosamente que as empresas adotem o mais rápido possível a tão falada “transformação digital”. Diz ela: “As vantagens que o pós-pandemia traz para o mundo corporativo são enormes. Será possível contratar um profissional de qualquer lugar do planeta. As empresas já perceberam que a produtividade não fica trancada em quatro paredes de um escritório, ela acontece também no trabalho remoto” (vejam o texto na íntegra).
O outro artigo que li sobre o tema é de Ronaldo Lemos, advogado e um dos maiores especialistas do país em internet (também pode ser acessado pelo UOL). Ele chama atenção para um aspecto cruel da questão: como massificar o uso da tecnologia se a maioria das pessoas não tem acesso sequer a banda larga de qualidade? Sua preocupação é o chamado “home office escolar”, adotado obrigatoriamente nestes tempos de isolamento social, mas que jamais pode ser comparado ao ensino tradicional.
De fato, quando falamos de tecnologia, quase sempre estamos nos referindo às faixas mais ricas da população, aqueles 10% (ou algo assim) que sempre aparecem nas estatísticas como classe alta e média-alta. Se mesmo colégios e faculdades de primeira linha enfrentam dificuldades em oferecer educação online de qualidade a seus alunos, que dizer das escolas menos dotadas e – pior ainda – das públicas?
“Empresas estabelecidas estão até agora com dificuldade de assegurar conexão, hardware e software necessários para que seus funcionários trabalhem em casa de forma adequada”, escreve Lemos. “No plano da escola, a situação é ainda mais dramática. Achar que a educação pode ser massificada online, com a atual escassez de conectividade, é devaneio de solucionista tecnológico”.
Ou seja, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Tecnologia deve, sim, ser expandida a toda a população, ainda que a prometida “universalização” seja cada vez mais uma utopia. As empresas que puderem devem investir em infraestrutura robusta de apoio a seus funcionários, assim como as escolas com seus professores. Mas isso resolve apenas parte do problema. Nesse ritmo, o déficit educacional brasileiro, que já é um dos piores do mundo, tende a se transformar numa tragédia para as futuras gerações, ou seja, para todos nós que nos preocupamos com o futuro de nossos filhos e netos.
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