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Disney+, uma estreia tumultuada

Finalmente, chegou ao Brasil e a toda a América Latina o Disney+, com a promessa de ser o grande concorrente do Netflix. Como nos EUA um ano atrás (vejam aqui), foi uma estréia confusa, pontilhada de reclamações nas redes sociais e ainda obscura do ponto de vista estratégico. Como tudo que envolve o maior grupo de mídia e entretenimento do planeta, o lançamento teve grande alarde, milhares de teasers na internet e em canais de TV e notícias sobre como o serviço estaria “bombando” em outros países. O resultado, claro, só podia ser uma sobrecarga nos servidores da empresa, com sabe-se lá quantas pessoas querendo fazer assinatura ao mesmo tempo.

Apesar de todo o apelo de marcas como Star Wars e Marvel, além da própria Disney, receio que fazer frente à Netflix (e mesmo à Globoplay) é um desafio que vai demandar um bom tempo. Os R$ 27,90 da assinatura mensal anunciada podem pesar no orçamento de muita gente que já paga pelos demais serviços; e estes oferecem muito mais conteúdo por valores mais baixos.

Embora comece com pouco mais de 500 títulos (contra aproximadamente 5.000 da Netflix), Disney+ deve ser muito atrativo, por exemplo, para quem tem crianças em casa, especialmente em tempos de quarentena. Mas não sei quantas dessas famílias estarão dispostas a pagar por mais um catálogo de streaming. A conferir.

Interessante que alguns fabricantes pegaram carona na campanha de lançamento para anunciar que o app Disney+ pode ser baixado em suas smart TVs. Não demora e deverão colocar em seus controles remotos também uma tecla DISNEY+, como já existem hoje YOUTUBE, NETFLIX, PRIME VIDEO e GLOBOPLAY. Haja botão no controle!

Curiosamente, soube-se na semana passada que a Disney já prepara um outro serviço de streaming, mais ambicioso, que se chamará Star+ (Star Plus), previsto para 2021 (detalhes aqui). Não deixa de ser estranho anunciar um produto novo, supostamente melhor, exatamente quando se quer convencer as pessoas a pagar pelo produto que acaba de sair. 

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Pelo que acompanhei a Disney chega com uma grande deficiência, que é a "necessidade" (autoimposta) de censurar o conteúdo. Essa visão de atender as famílias de forma totalmente "morna" torna o serviço pouco atrativo para os adultos, principalmente os que não tem crianças em casa.
    Por isso o outro serviço, Star, que supostamente não teria esta censura.
    A Netflix já andou respondendo, divulgando por email o recurso já antigo de abrir o serviço apenas com conteúdo adequado para crianças.

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