E não era um produto qualquer, embora a Westinghouse já produzisse aparelhos similares desde 1915 na fábrica localizada num subúrbio de Pittsburgh, Pensilvânia. A caixa de madeira continha dois módulos: receptor/sintonizador (RA) e detector/amplificador (DA). O produto vinha sendo cuidadosamente planejado, pois a diretoria da empresa achava (e como estavam certos!!!) que muita gente iria querer em casa um aparelho de rádio.
Como escreveu o pessoal do Twice, é muito difícil para quem vive na era da comunicação instantânea imaginar o impacto do RA-DA na vida dos americanos nos agitados anos 20 (roaring twenties), quando o mundo acabara de sair de uma guerra mundial e a indústria da música dava os primeiros passos. Mais até do que a TV anos depois, foi o rádio que uniu o mundo e criou o que a reportagem chama de “enfim, um negócio”. Curioso lembrar que logo depois (1922) foi inaugurada a primeira emissora de rádio no Brasil – embora todos os receptores fossem importados.
Basta dizer que, até os anos 1950, o que se convencionou chamar de “indústria eletrônica” era apenas voltada para o áudio. Receptores de rádio, amplificadores de potência, distribuidores de sinal, antenas, microfones, alto-falantes e, claro, os fabulosos toca-discos, símbolos de elegância nas casas de família, eram assunto entre os profissionais. Não por acaso, a atual CTA (Consumer Technology Association), que representa mais de 3 mil empresas, nasceu em 1924 como RMA (Radio Manufacturers Association).
Com a chegada da TV comercial a partir do final dos anos 1930 (em preto e branco) e anos 1950 (em cores), ampliaram-se os horizontes para a indústria mundo afora. Surgiram grandes fabricantes nos EUA, Alemanha, Inglaterra, França, Japão e Escandinávia, ao mesmo tempo em que se expandiam os segmentos de telecomunicações e entretenimento, responsáveis pela demanda cada vez maior de equipamentos eletrônicos.
Quando aconteceu a primeira Consumer Electronics Show, em 1967, já existia um enorme mercado mundial envolvendo esses e outros setores. Data mais ou menos daí o termo “sociedade de consumo”, eternamente associado às tecnologias eletrônicas. São também do final dos anos 1960 as primeiras atividades da Arpanet, que resultaram na internet 30 anos mais tarde, e os primeiros computadores compactos, ancestrais do PC (Personal Computer) – o Altair 8800 (1975) e o Apple I (1976).
Neste link, montamos uma pequena história dessa evolução até os dias atuais, tomando por referência produtos que foram lançados em diversos momentos da CES. É uma história que continuará sendo contada ano após ano. Mas que começou, oficialmente, naquele 30/11/1920. E, neste outro link, vocês podem ler – em inglês – detalhes desses 100 incríveis anos.
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