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TV que reage como o cérebro?

Highlander – O Guerreiro Imortal foi um filme de aventura e fantasia dos anos 1980 que tinha o recém-falecido Sean Connery num dos papéis principais. Seu personagem morria no final. Quando, em 1991, os produtores decidiram lançar uma continuação sabiam que a presença de Connery era fundamental para as bilheterias. Numa entrevista para promover o filme, o sarcástico ator escocês foi perguntado como seu personagem podia “ressuscitar” daquela forma. “Nossos roteiristas são muito criativos”, respondeu ele.

Lembrei dessa frase ao ler sobre uma nova(!) tecnologia que a Sony acaba de anunciar. Sua série de TVs Bravia (foto) que entra esta semana em pré-venda nos EUA e em alguns países europeus traz um processador chamado Cognitive XR. Pela descrição, confirmada neste vídeo, trata-se de um novo método de processamento da imagem, um avanço em relação ao que hoje se conhece como Inteligência Artificial. Seria um método que permite ao TV “replicar a forma como os seres humanos vêem e ouvem”.

De fato, a criatividade do pessoal de marketing parece tender ao infinito. Segundo a Sony, cada quadro de imagem é dividido em centenas de segmentos para análise do processador – isso, é claro, em tempo real. Em vez da IA convencional, que analisa aspectos como cores, contraste e detalhamento, o Cognitive XR verifica tudo isso em conjunto em cada segmento da tela, priorizando os “pontos focais” da imagem, que seria como reage o cérebro humano.

O tal processador faz algo similar também com o áudio, analisando a posição de cada som na cena e direcionando a informação para quatro falantes posicionados atrás da tela frontal. Mais: converte qualquer sinal de áudio para 3D Surround, uma versão simulada do Dolby Atmos.

Infelizmente, a Sony não está mais no Brasil para que possamos ver e testar o produto aqui. Teremos que aguardar o fim da pandemia e a volta dos grandes eventos internacionais. Mas confesso minha curiosidade em saber como lá fora as publicações especializadas sérias irão tratar do novo TV Bravia (para os interessados, o código é X90J). Se o aparelho tiver mesmo um “cérebro”, espero que seja bem usado.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Olá, Orlando! Realmente a tecnologia dos segmentos de imagens e som, dominam o mundo. É muito bom assistir programação com imagens perfeitas, o mais importante deste segmento é o que é feito pela saúde no nosso planeta. Hoje temos a medicina avançada utilizando deste segmento de tecnologia e beneficiando a todos.

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