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Até onde irá a escassez de chips?

Os alarmes soaram em meados do ano passado: com tanta gente trabalhando e estudando em casa, e a necessidade crescente de se comunicar de forma rápida, aumentaria a pressão sobre os fabricantes de semicondutores. Como comentamos aqui em março, o resultado é a escassez mundial de chips para alimentar todas as cadeias produtivas dependentes desse minúsculo insumo. Nos últimos meses, vêm surgindo relatos – alguns desesperados – de setores em que a produção simplesmente teve que ser suspensa; e, pior, sem perspectiva no curto prazo.

A normalização da produção talvez demore “alguns anos”, segundo o presidente da Intel, que em março anunciou um investimento de US$ 20 bilhões em duas novas fábricas de chips nos EUA. Outras gigantes como Qualcomm, Samsung e TSMC também pretendem aumentar a produção. Mas, por mais que a indústria acelere seus processos, uma fábrica dessas não começa a produzir antes de dois ou três anos, ou seja, o quadro só deve mudar a partir de 2023.

Consultorias e institutos de pesquisa vão soltando dados que comprovam, se é que isso ainda é necessário, a “chip-dependência” da economia moderna. A Apple, que anualmente gasta mais de US$ 58 bilhões em chips, foi obrigada a retardar o lançamento do iPhone 12. Sony e Microsoft, concorrentes no segmento de games, também atrasaram as entregas de seus novos consoles talvez até o ano que vem. A Ford informou queda de 50% em sua produção de automóveis neste segundo trimestre. E por aí vai.

Relatório recente da consultoria Forrester informa que a busca por dispositivos de computação avançada (edge computing) será como uma nova “corrida do ouro”, já que a demanda por tecnologias como Inteligência Artificial, Internet das Coisas, 5G, nuvem e criptomoedas só tende a aumentar.

Não foi por acaso, portanto, que em abril o presidente Joe Biden chamou líderes do Vale do Silício para conversar, pedindo a eles que aumentem a capacidade de produzir chips o mais rápido possível. Ele sabe os riscos que essa situação traz para a economia do país.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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