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Aquecimento para a Black Friday

No início de outubro, relatávamos aqui as tensões relativas ao aumento dos preços de muitos produtos (eletrônicos inclusive) devido à disparada do dólar. Pelas informações disponíveis agora, o problema se estenderá até o final do ano, agravado por uma questão inusitada: congestionamento de contêineres em vários portos do mundo e, claro, no Brasil também (vejam aqui os detalhes).

Entramos no mês da Black Friday com grande parte das lojas iniciando suas promoções, só que, segundo analistas do varejo, sem poder caprichar tanto nos descontos como em anos anteriores. O evento – que de início durava apenas um dia (como, aliás, diz o próprio nome), depois um fim de semana, e agora ocupa quase dois meses – terá de ser bem analisado pelos consumidores.

Com falta de insumos e problemas de logística, há menos produtos à venda e isso contribui para manter os preços no alto, como relata esta reportagem do UOL. Estudo divulgado semana passada pela GfK estima que as receitas dos lojistas este ano serão maiores, por causa dos preços mais altos, e não pela quantidade de itens vendidos. “Este ano, com a alta dos preços, haverá uma cautela na escolha dos modelos”, diz Fernando Baialuna, diretor da GfK. Mesmo assim, a empresa estima que 87% das pessoas pretendem gastar o mesmo ou até mais do que no ano passado”.

Entre os especialistas, surge agora uma nova expressão para designar a atitude do consumidor: “figital”. É como se chama a combinação de pesquisa online com visita à loja física, não necessariamente nessa ordem. “De acordo com a categoria que está sendo procurada, o cliente tem uma preferência para efetivar a compra”, comenta Baialuna. “Itens como smartphones, TVs e linha branca ainda são muito fortes no comércio tradicional, já que o consumidor tem a necessidade de vivenciar a experiência com o produto”.

Mais do que nunca, o consumidor – tentando equilibrar seu orçamento e em busca de conveniência – é quem determina a dinâmica dos preços. E  é isso que justifica a postura do presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento Junior, para o fim do ano: “otimismo moderado”.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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