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Será o fim dos borrões na tela?

 

 

 

A CES 2022 terminou nesta 6a feira com poucas verdadeiras inovações. Muitos produtos novos, mas quase todos aperfeiçoamentos sobre o que foi mostrado ao longo de 2021. Em nossa cobertura online, que pode ser vista aqui, procuramos destacar o que tem mais a ver com o público brasileiro e com as empresas que atuam no país. E, caçando aqui e ali, descobrimos pequenas coisas que têm potencial para se tornar grandes no futuro.

Uma delas vem da TCL, fabricante que mais vem crescendo no segmento de TVs e anunciou na CES uma parceria com a Pixelworks, desenvolvedora de software especializada em processamento de vídeo. Sua proposta chama-se TrueCut Motion e está sendo introduzida em alguns TVs TCL com a promessa de resolver, de uma vez por todas, a polêmica questão da reprodução das imagens em movimento nas TVs.

Primeiro, um esclarecimento sobre as diferenças entre cinema e TV. Na película, trabalha-se com uma velocidade baixa de rotação do filme (24  quadros por segundo), padrão que perdura há quase 100 anos. Em televisão e vídeo, é necessária uma velocidade mais alta para dar conta das cenas muito movimentadas, como esportes, games etc.

Grande parte dos filmes de cinema hoje ainda é rodada em 24qps (ou fps = frames per second), mas na transferência para vídeo sofrem a necessária adaptação. A maioria dos consumidores conhece esse recurso como “taxa de quadros” ou “frequência de quadros”, expressa em Hertz (60Hz, 120Hz, 240Hz). Quando a adaptação não é bem feita, surgem os borrões (nome técnico: motion blur) na esteira de objetos, pessoas e animais se movimentando na tela… como se vê nesta imagem:

Bem, a ideia da Pixelworks – explicada em detalhes neste vídeo – é criar um padrão que possa ser configurado em qualquer TV ou projetor e independente do tipo de conteúdo. Trata-se de um software que os cineastas poderiam usar para configurar o filme de modo que as cenas muito movimentadas sejam percebidas da mesma forma que são no cinema.

Na prática, dispensaria o chamado Modo Cineasta lançado em 2020 e que muitos fabricantes de TVs vêm adotando. Estes, por seu lado, só precisariam fazer uma atualização de firmware – e, no caso de TVs smart, isso valeria até para aparelhos antigos. “A ideia é que o usuário não precise fazer nada, nem sequer tocar uma tecla ou baixar um app”, explica Peter Mueller, VP da Pixelworks.

Vamos ver se funciona. Por ora, a empresa está apresentando a novidade a fabricantes e estúdios que, claro, precisarão pagar royalties pelo uso do TrueCut Motion. E usou a CES 2022 justamente para isso.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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