Primeiro, um pouco de história. Roku, hoje líder mundial em players de streaming, foi fundada por Anthony Wood, ex-funcionário da Netflix; ou seja, é o que no jargão da indústria se chama spinoff. Wood teve até financiamento da Netflix para começar o negócio, em 2002, que nasceu para ser apenas uma divisão da empresa e depois ganhou vida própria (aqui, detalhes sobre a história da Roku).
O possível retorno de Wood à velha casa tem a ver com os números. Segundo o Business Insider, as ações da Roku na Nasdaq caíram nada menos do que 80% nos últimos 12 meses – poucas marcas sobrevivem em tal cenário. Parece que a Roku está perdendo a guerra contra os fabricantes de TVs, prenunciada pelo próprio Wood anos atrás, quando disse que Samsung, LG, Sony etc., por serem empresas de hardware, não teriam cacife para bancar a velocidade da evolução dos softwares que regem a indústria do streaming.
A crise da Roku vem a calhar para a Netflix, que planeja driblar a perda de assinantes (detalhes aqui) com a criação de um serviço AVoD (Advertise-based Video-on-Demand). Esse é um modelo de sucesso atualmente nos EUA, e que começa a crescer em países como o Brasil, devido a um apelo quase irresistível: é um serviço gratuito, bancado apenas por publicidade.
Se você é daqueles que topariam não ter que pagar a assinatura do Netflix em troca de ver anúncios entre os filmes – ou até inseridos neles – então, esse modelo pode lhe ser atraente. Afinal, YouTube, o site de vídeos mais assistido do mundo, funciona assim, certo?
Roku compete diretamente contra Apple (que produz o player Apple TV), Amazon (Fire TV), Google (Chromecast) e os fabricantes de TVs que possuem plataforma própria, como Samsung (Tizen) e LG (web OS). Parecem muitos cachorros grandes para se enfrentar de uma vez só, não?
A dúvida entre os especialistas é: valeria a pena para a Netflix arriscar eventuais parcerias como esses gigantes e se tornar concorrente deles? Bem, as ações da empresa também despencaram nos últimos meses (70% desde dezembro). E a Roku faturou com publicidade US$ 647 milhões no primeiro trimestre de 2022, com um total de 60 milhões de assinantes (quase 30% do que possui hoje a Netflix).
Esse dinheiro cairia bem numa hora dessas, e o aumento da base de assinantes certamente multiplicaria o potencial de faturamento com publicidade. É o que devem estar pensando neste momento os executivos da Netflix.
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