Exatamente há um ano, publicávamos aqui dados de um levantamento da Anatel sobre a disputa de audiência entre as emissoras de TV (abertas e fechadas) e os serviços de vídeo online. Agora, já é possível analisar mais a fundo esse tipo de estudo: em maio, a Kantar IBOPE Media divulgou sua primeira pesquisa anual sobre o consumo de vídeo no Brasil, comparando o comportamento do consumidor diante das duas opções de acesso – a chamada TV linear, em que existe uma grade de horários que o telespectador tem que seguir; e o consumo via internet, em que cada um escolhe quando e onde assistir.
O estudo Inside Video 2022, que pode ser baixado aqui, se baseia em dados colhidos entre janeiro e março (não informa quantas pessoas foram ouvidas, mas certamente são milhares). A primeira constatação é que a TV linear continua dominando maciçamente o cenário: 79% das pessoas assistem as emissoras tradicionais, enquanto 21% preferem as mídias online.
Outro ponto relevante: 92% dos usuários preferem assistir na tela grande de TV, e somente 6% preferem o celular (tablet e computador também aparecem, mas com percentuais mínimos). O levantamento informa ainda que o universo coberto pelas TVs smart é de 57% – desconfio que o número seja maior do que esse.
Detalhando essa tendência, os pesquisadores encontraram que 33% das pessoas SÓ assistem TV linear, enquanto os que vêem EXCLUSIVAMENTE online são 13% (21% utilizam ambos). Entre os que preferem ver pela internet, somente 6% assinam serviços pagos (SVoD); 15% utilizam os serviços gratuitos, sustentados por publicidade (AVoD).
E o tempo de consumo de vídeo entre essas duas modalidades ajuda a entender a mudança de comportamento do público. Para acessar Netflix, Prime, HBO e demais serviços pagos, 81% dos brasileiros utilizam suas TV smart e somente 12% o fazem via smartphone. Já para plataformas gratuitas, os percentuais mudam: 43% ficam com as TVs e 47% costumam acessar pelo celular.
Vale lembrar que, quando se fala em plataformas gratuitas, está se falando basicamente do YouTube.
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