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GPT: aqui, ali, em todo lugar ao mesmo tempo

 

 

A referência ao polêmico filme ganhador do Oscar não é casual: não passa um dia – às vezes, só alguns minutos – sem que nos deparemos com algo relacionado ao GPT (Generative Pretrained Transformer), agora em sua versão 4, segundo especialistas a mais perigosa, por enquanto.

Em meio a teses, debates e congressos sobre o impacto dessa tecnologia na sociedade, já existem empresas que oferecem, por exemplo, o serviço de “criação de prompts”. Se você ou sua empresa quer alavancar negócios (e quem não quer?), seus problemas acabaram: basta contratar “consultorias especializadas” que irão otimizar o uso do GPT para aumentar vendas, gerenciar melhor o fluxo de caixa, prospectar novos clientes e por aí vai.

Conforme o uso da ferramenta se amplia, empresas e profissionais vão descobrindo os riscos envolvidos. Diz o site americano Tech Radar que a Samsung na Coreia autorizou seus engenheiros da área de semicondutores a usar GPT para ajudar a resolver um problema de código-fonte. Para isso, eles tiveram que alimentar o bichinho com dados internos da empresa – confidenciais, naturalmente – como notas de reuniões em que se discutiam códigos de outros produtos em desenvolvimento.

Não deu outra: os dados inseridos no GPT vão parar automaticamente no banco de dados da OpenAI, dona da ferramenta, e podem ser usados para alimentar respostas a consultas de outros usuários pelo mundo afora. Assim, dados confidenciais acabam vazando, quem sabe até para concorrentes! Se alguém digitar lá, por exemplo, “como funciona o processo de desenvolvimento  dos semicondutores”, é capaz de aparecerem as informações da Samsung, que afinal é um dos maiores fabricantes do mundo.

Nas últimas semanas, comecei a salvar notícias sobre as inúmeras formas de uso do GPT. Percebi que é um trabalho insano, tantas são as possibilidades. Vejam:

*Como usar o GPT para criar um aplicativo

*Um programa capaz de detectar quando um texto foi produzido por GPT

*Profissões que estão em risco devido ao uso disseminado do GPT

*Como ficam os direitos autorais diante do uso indiscriminado da IA

*GPT será uma revolução intelectual, dizem Eric Schmidt e Henry Kissinger

*Por que os assistentes de voz perderam a corrida da Inteligência Artificial

É isso: notícias e comentários vindos de diversas fontes e com variados níveis de “preocupação” ou “euforia”. Lamento, mas vamos ter que nos acostumar. GPT e seus concorrentes, que logo estarão aí, vieram mesmo para ficar, talvez para sempre.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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