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Netflix e Samsung, agora abraçadas

Demorou, mas enfim a Netflix decidiu adotar – por enquanto, somente nos EUA e Canadá – o padrão de vídeo HDR10+ proposto pela Samsung. Esse padrão é o principal concorrente do Dolby Vision (DV), ambos superiores ao HDR básico oferecido pela maioria das plataformas e fabricantes de TVs. Como já explicamos aqui, imagens processadas em HDR são muito mais ricas em detalhes de cor, brilho e profundidade do que as convencionais (SDR) que vemos, por exemplo, em programas de televisão e na maior parte dos vídeos no YouTube.

Todos esses padrões se baseiam em metadados, que são informações em código que o produtor de cada conteúdo insere no sinal de vídeo indicando como deve ser a reprodução. As duas imagens acima foram fornecidas pela Netflix: vejam a diferença no spot de luz; na segunda imagem (HDR10+), há muito melhor definição.

No HDR básico (também chamado HDR10), essas informações são inseridas no início do filme ou série e servem de referência para todo o conteúdo. Dolby Vision e HDR10+ são chamados padrões “dinâmicos”, porque os metadados são atualizados em tempo real, durante a reprodução. Assim, cada cena é ajustada pelo processador da TV (mais detalhes aqui).

TCL, Hisense e Philips oferecem os dois padrões

Até agora, Netflix só oferecia conteúdos em HDR10 (e alguns em D.Vision). Com a adoção do HDR10+, os assinantes deverão receber maior quantidade de conteúdos com cor, brilho e contraste aprimorados – claro, desde que tenham uma TV compatível. As da Samsung não oferecem D.Vision, porque a empresa coreana se recusa a pagar os respectivos royalties à Dolby, enquanto a rival LG se limita ao DV. TCL, Hisense e Philips aceitam os dois padrões, mas não em todos os modelos. O colega Jacson Boeing, do site Mundo Conectado, fez anos atrás um belo vídeo comparando os dois padrões, que vale a pena compartilhar.

Entre as plataformas de streaming, as principais concorrentes da Netflix – Prime Video, Disney+ e Apple TV+ – também oferecem conteúdos em ambos os padrões, embora ainda com maior quantidade em D.Vision. Aqui, é importante entender que a opção quem faz é o produtor do filme. Muitos títulos de sucesso só estão disponíveis numa versão, e a plataforma não tem como fugir disso.

Outro ponto importante é que os sinais DV e HDR10+ contêm maior quantidade de informação e, portanto, consomem mais banda larga. Portanto, quem quiser usufruir da melhor imagem precisa ter uma conexão compatível. Qual dos dois é melhor? A maioria dos sites especializados (como o Rtings.com) considera Dolby Vision superior. Mas, para quem é leigo, nem sempre é fácil notar as diferenças.

Em seu blog internacional, a Netflix anunciou a mudança esta semana sem explicar quando estará disponível fora da América do Norte. Informa que irá aumentar a oferta de conteúdos em HDR10+, mas apenas para assinantes de seu plano premium, atualmente custando R$ 59,90 mensais (o plano básico, com anúncios, sai por R$ 20,90), e o padrão sem anúncios, por  R$ 44,90.

 

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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