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E lá também…

Bem, mas essa história de cada um defender o seu não é privilégio dos brasileiros. Em Nova York, recentemente houve uma greve de motoristas de taxi – e isso lá é coisa séria, pois afeta metade da cidade – contra a instalação de GPS nos carros (veja a notícia aqui).

A prefeitura de Nova York havia tornado obrigatória para os táxis credenciados a adoção de novas tecnologias, como pagamento com cartão de crédito e débito, monitor no banco traseiro para o usuário e um sistema de mensagens de texto. Os taxistas alegavam o alto custo de instalação e a invasão de sua privacidade, vejam só! Um juiz federal deu a sentença à favor da Prefeitura e agora todos são obrigados a instalar os novos recursos, ou não terão suas licenças renovadas.

Nesse caso, venceu o bom senso. O juiz disse que o interesse público (no caso, dos passageiros) é mais importante do que o interesse individual (dos taxistas). Faz lembrar dois movimentos semelhantes que aconteceram em São Paulo há alguns anos. O primeiro foi quando a Prefeitura resolveu obrigar os ônibus a instalarem catracas eletrônicas; os cobradores foram contra, e a idéia acabou abandonada. Depois, foram os frentistas de postos de combustível, que se rebelaram contra a instalação de máquinas automáticas para abastecimento (aquelas que o próprio motorista liga e desliga e que hoje são comuns em vários países).

Nos dois episódios, venceram o atraso e o corporativismo, sob a duvidosa alegação de que seriam cortados empregos para implantar as novidades. Como se um cobrador de ônibus (ou um frentista ou um motorista de taxi) estivesse condenado a exercer essa função pela vida toda.

Agora mesmo, há uma reação fortíssima em São Paulo contra a idéia de limitar o tráfego de caminhões em algumas áreas da cidade. As transportadoras já fazem até anúncios para dizer que o caminhão não é o culpado pelos problemas do trânsito. Por esse raciocínio, não há mesmo o que fazer: ninguém é culpado de nada, certo? Então, vamos nos conformar com os congestionamentos, só para não prejudicar o negócio das transportadoras.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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