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Em busca da super-imagem

Até onde eu saiba (e me corrijam se estiver errado), a melhor imagem disponível atualmente – quando se fala de vídeo e televisão – é a dos projetores chamados 4K. De tudo que vi até hoje, nada se compara em nitidez, resolução, intensidade de cores, brilho e contraste. “4K” se refere basicamente à resolução: esses aparelhos conseguem chegar a 4.096 pixels verticais, mais que o dobro dos Full-HD (1.920). A Sony, por exemplo, desenvolveu a tecnologia SXRD a partir dessa resolução e disputa hoje o segmento de salas de projeção (cinemas digitais) com concorrentes como a americana Christie.

Pois bem, preparem-se para a geração 8K. No evento CommunicASIA, realizado em Cingapura em junho, a rede de TV japonesa NHK demonstrou a tecnologia Super Hi-Vision, que traz os primeiros displays com resolução próxima a 8 mil pixels. São 7.608 pixels verticais por 4.320 horizontais. É só fazer a conta: mais de 32 milhões de pixels! O resultado é esse que você vê aí acima: uma tela de 6m60x3m70, exibindo imagens geradas por uma câmera de estúdio 8K, que segundo o blog Engadget deixou boquiabertos os visitantes do evento – detalhe: quase todos especialistas em tecnologias de projeção e broadcast.

A NHK não está sozinha nessa parada. Ganhou a preciosa companhia da BBC, a mais importante rede de televisão do mundo, que anunciou para setembro a primeira exibição pública em Londres. A BBC tem especial interesse na tecnologia 8K porque as Olimpíadas de 2012 serão na Inglaterra, e a emissora, é claro, será a geradora das imagens para o mundo. Na verdade, resolução de 8K já vem sendo usada, experimentalmente, no Japão e nos EUA, para gerar alguns tipos de conteúdo muito especiais. Quem já foi a um cinema Imax, por exemplo, com suas projeções em 3D, viu imagens originalmente geradas em 8K e depois convertidas para 2K ou 4K, dada a falta de projetores 8K. A própria NHK já trabalha nessa tecnologia desde 2002.

Agora, essa realidade pode começar a mudar. O mais incrível é que o mundo inteiro ainda discute a implantação do Full-HD, e estamos falando de uma resolução 16 vezes maior, certo? Aonde isso vai parar? Este artigo, de Martin Williams, da IDG, ajuda a dar algumas pistas.

Só para atiçar a curiosidade dos audiófilos de plantão: as demonstrações no evento de Cingapura contaram com um sistema de áudio 22.2 canais. Não, você não leu errado: 22.2!!!

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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  • Vi informações na internet de que o novo filme do James Bond, a ser lançado no final do ano, teve as cenas de ação gravadas originalmente com câmera Sprint 8K.

  • Não muda muito para o consumidor doméstico, só uma minoria muito abastada possui um orçamento e espaço apropriados para uma tela compatível com tanta resolução.

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