Num emocionante encontro com ex-colegas de faculdade, semana passada, um antigo professor, Luiz Barco, fez discurso sobre esta que, a meu ver, é a profissão mais injustiçada do Brasil. Citando um livro lançado recentemente, ele relembrou a história do menino pobre que nunca tinha visto o mar. Levado por seu pai, extasiou-se diante da imensidão azul e verde, e disse: “Ô meu pai, me empresta teus olhos, pois os meus não dão conta de tanta belezura”! E concluiu o velho mestre: “Ser professor é emprestar os olhos para que os alunos vejam a belezura do mundo”.
Poderia acrescentar: “a feiura também”, já que nem só de belezas é feito este nosso planeta. Conto a história, antes de mais nada, para homenagear o prof. Barco e todos os demais professores que se dedicam, sinceramente, a essa verdadeira arte que é ensinar. E conto também para provocar uma reflexão: num país tão carente de educação, e em que o próprio presidente da República diz que não é preciso estudar para aprender, todo professor – pelo menos aqueles que levam a sério o ofício e vivem “emprestando os olhos” – merece uma estátua. Minto: merece melhor reconhecimento, melhor salário e melhores condições para exercer profissão tão nobre.
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Esse belo texto nos leva a uma constatação terrível;a Educação em nosso pobre País está sendo propositalmente relegada pelos governantes há muito tempo.O interesse dos políticos é não só manter como aumentar o grau de ignorância da população para facilitar seu uso como massa de manobra em eleições e reeleições muito mais fáceis onde se tem a compra garantida do voto com esmolas como o triste bolsa-família.A prova disso é a reeleição reiterada de figuras comprovadamente corruptas,que graças à ausência quase total de formação e informação da maior parte da população,faz com que essa não tenha senso crítico suficiente para mudar esse estado de coisas,ficando refém da sua própria ignorância