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Como comprar um TV (7)

Voltando a falar sobre TVs Full-HD, uma das especificações mais importantes é a taxa de contraste (em inglês, contrast ratio). É o que indica a capacidade do aparelho reproduzir fielmente imagens mais escuras, com todas as suas gradações claro/escuro. Tecnicamente, a taxa de contraste é definida como a relação entre a imagem mais clara e a mais escura que o display consegue reproduzir. E como se mede isso?

Aí é que está o problema. Antigamente, existia uma padronização nos métodos de medição, definida pelo instituto ANSI (American National Standards Institute), que corresponderia à nossa ABNT (claro, sem comparações, por favor). Pela norma ANSI, sabia-se que, por exemplo, uma taxa de 500:1 significa que o nível de branco era quinhentas vezes maior que o de preto. Evidentemente, quanto mais alto esse número maior a confiabilidade do aparelho para reproduzir o contraste claro/escuro. O oposto é o que costumamos chamar de “imagem lavada”, como na foto acima à esquerda. O método ANSI continua sendo considerado pelos especialistas como o mais confiável, porque leva em conta toda a superfície da tela, que para ter uma boa reprodução precisa ser uniforme.

Mas surgiram outras formas de medição. Com a popularização do LCD – tanto na forma de TV quanto de projetor – os fabricantes tiveram que fazer uma, digamos, adaptação no método. A tecnologia LCD é muito boa para reproduzir imagens estáticas e tons pastel, mas deficiente na questão do nível de preto. Gradações de cinza, por exemplo, são muito mais difíceis de perceber num display LCD do que num plasma. O jeito foi criar um novo padrão de medição chamado “contraste dinâmico”. Através de um artificialismo – o controle eletrônico da íris interna que regula a quantidade de luz – consegue-se jogar mais luz nas partes claras da imagem e diminuir a luz nas partes escuras. A comparação entre o claro e o escuro máximos resulta em taxas de contraste muito mais altas, porém irreais.

Infelizmente, não há como o usuário tirar a dúvida por sua própria conta. A solução é esquecer a especificação de contraste fornecida pelo fabricante e utilizar como referência seus próprios olhos. Numa cena escura de filme, por exemplo, você tem que enxergar o máximo possível de detalhes: fios de cabelo, pequenos grãos de areia, gotas de suor no rosto do personagem – são exemplos de imagens que ajudam a identificar a capacidade do TV nesse item. Claro, há outros pontos para se analisar. Mas estes ficam para um próximo comentário.

Para quem quiser se aprofundar, recomendo este artigo e também este site.

Orlando Barrozo

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige a revista HOME THEATER, fundada por ele em 1996, e os sites hometheater.com.br e businesstech.net.br. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

View Comments

  • Caro Orlando:
    Fiquei confuso em relação ao conceito de contraste... quer dizer que a especificação determina a proporçao de branco e não exatamente de preto!? Oras, se por exemplo, deixar-se passar mais luz ( ou utilizar um outro tipo de backlight mais potente que as CCFL) por via de regra, mais branco terei no display, certo? Entao não terei um preto mais profundo, apenas aumento o numero da proporção entre preto e branco ou, em outras palavras, um branco mais branco..!?
    Que confusão hehehe
    Grande abraço!

    • Sim, Marcelo, é por isso que a luz precisa ser controlada. Quanto mais luz, mais branco, e aí a imagem fica lavada, ou seja, o preto vira cinza. Numa linguagem simplificada, é isso o que acontece. Abs. Orlando

  • Bem, na minha opinião esta especificação mede a capacidade do painel gerar a partir do preto tons de cinza até o branco. Somando com a caracteristica do alinhamento do Cristal Líquido (IPS)(VA) etc..., e a qualidade de seu (engine), processando todas essas informações, determinam a qualidade de um Display gerar uma imagem de qualidade.
    Acredito que, ter só uma dessas especificações como critério de scolha, não é suficiente para se escolher uma TV.

  • Esse tema deveria ser muito mais discutido e divulgado. Imagens escuras em LCD são toscas, coloque Batman em um LCD ao lado de plasma, ao mesmo tempo, você desacredita totalmente no LCD. Os fabricantes nos confundem e nos enganam com essas medições irreais para tornarem o LCD mais interessante, o resultado e a tecnologia plasma emergindo no Brasil, uma pena, pois continua tendo a melhor qualidade de imagem, apenas comparada com a laser, converse com um especialista e ignorem os vendedores tipo casas bahia.

  • Orlando, o que devemos levar em concideração em uma TV LCD Convercional e uma TV LCD LED imagem em termo de contraste?
    Séria o contraste dinâmico?
    Séria o processador?
    Séria o contraste de 1.000.000/1, 2.000.000/1, 3.000.000/1, 4.000.000/1, 5.000.000/1, 6.000.000/1, 7.000.000/1 e 8.000.000/1?

    • Olá Dinaldo, veja os links no final do comentário. Está tudo explicado lá. Abs. Orlando

  • alguém poderia indicar os melhores modelos de lcd de cada marca entre samsung, sony, lg e philips com tamanho superior a 46 polegas. tudo é muito confuso. obrigado

  • Vejo que não saiu o meu comentario sobre um possivel congestionamento sistema telefonico brasileiro.
    Há limitação de texto (Bytes) por comentario ?

    • Olá Ariel. Não recebemos seu comentário. Pode enviar novamente? Abs. orlando

  • Quando se fala em full hd entra na discussão a relação custo beneficio vejam o que gasta p/hr um plasma full e um lcd se usar pouco diferença nenhuma se usar muito é mais um aparelho de ar ou geladeira em casa.

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Orlando Barrozo

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