Aos poucos, a mudança de padrão elétrico proposta pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) – que teoricamente entrou em vigor no primeiro dia do ano – vai ganhando ares de novela. E pior: com cenas típicas do velho jeitinho brasileiro! Já começam a surgir contestações à medida, o que era mesmo de se esperar. Esta semana, o Ministério Público do Paraná abriu ação civil pública contra a União, o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e a própria ABNT, pedindo que todo o processo de implantação dos novos plugues e tomadas seja interrompido.
Os argumentos são aqueles que a maior parte dos especialistas (e nós aqui também) têm detalhado: não há razão plausível para o Brasil adotar um padrão único no mundo, exigindo gastos e dores de cabeça de toda a população; e não houve – como seria elementar – uma campanha de esclarecimento adequada sobre a mudança, ainda que esta venha sendo preparada desde 2002. Embora o Inmetro argumente que “toda a indústria” pedia o novo padrão, é difícil encontrar alguém, entre os fabricantes, que concorde com ele. Temos procurado insistentemente vários deles, e a resposta é sempre a mesma: vamos nos adaptar à legislação. Em off, a maioria admite que nem sabe como fazer isso e não foi consultada a respeito.
Ao que eu saiba, ninguém se lembrou de consultar, por exemplo, os consumidores – embora o tal diretor relate que já houve “milhares de acidentes, inclusive com mortes” devido aos plugues e tomadas atuais. Nem, muito menos, os importadores de equipamentos eletrônicos, cuja única saída, aparentemente, é oferecer aos seus clientes, talvez como brinde, o tal adaptador.
E vejam que situação surreal: em minha última viagem, comprei um adaptador elétrico universal, que pode ser usado em qualquer tipo de tomada. Só não posso usá-lo em meu próprio país.
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Há uns anos atrás , fiz uma instalação nova na entrada de energia da minha casa , inclusive uma especial para meu home , hoje se eu mudar as tomadas , irei perder toda a qualidade que investi na minha obra , pos ela é toda hi-end , projetada por um técnico . é um absurdo , o povo e todos os interesados deveriam ser consultados...... deculpe mas , geralmente estes cargos são cabides políticos e não por competência tecnológica .
Alguém tem dúvida de que algum político saiu ganhando com toda essa novela?
Aqui na Empresa estou tendo que comprar adaptadores para todas as tomadas novas pois não vou mexer nos plugs dos aparelhos. Padronizar o Plug com o padrão Brasileiro até vai, mas o que não me entra na cabeça é porque as tomadas não foram feitas para todos os tipos de padrão incluindo o Brasileiro assim quando eu comprasse algum produto importado não precisaria desses adptadores que geram mais insegurança ainda.
Porque eles não se preocupam com a qualidade do material elétrico que está sendo vendido por ai, independente do padrão usado? Fabricantes estampam o selo do Inmetro em produtos de baixa qualidade e há, ainda, o mal uso, as instalações precárias, o uso de adaptadores e tomadas duplas, triplas (os "benjamins")... colocar acidentes causados por estes motivos na mesma conta é irresponsabilidade.
Toda esta história da novela das tomadas é a cara do atual governo: falta planejamento, os "representantes da sociedade" ouvidos estão longe de representar alguém e, há, ainda, o lado ufanista que quer porque quer criar algo novo, nacional, que vá ser exportado, enquanto já temos dezenas de padrões ao redor do mundo e dois padrões praticamente "de facto", o europeu (- Inglaterra) e o americano. Lamentável.
Concordo plenamente com os argumentos acima. Essa nova invenção só veio trazer atropelos às nossas atividades.
Isso sem falar no investimento da indústria de entretenimento que em número de tomadas por utilização é muito maior que o mercado residencial. É preciso rever isto tudo antes que seja um prejuizo como foi na época do Pal-M. As fábrica não tinham mesa de corte e gravadores em Pal-M. Foi um fiasco. tiveram que alterar a norma em nome do progresso.
Caro Orlando , isto esta me lembrando das tomadas de telefone adotadas pelo Brasil na década de 70 .Quem tivesse aquela super bem bolada tomada americana , pequena ,funcional e facil de fazer , tinha que adaptar àquelas horrorosas tomadas quadadonas que era o padrão aqui.Assim com ignorei naquela época no caso dos telefones, vou continuar ignorando o surgimento destas novas tomadas . Um abraço , Paulo Pinto.
Considero este novo padrão de tomadas do INMETRO o PI, "Padrão Imbecil". Que o INMETRO, recheado de comunistas fossilizados, queira implantar um novo padrão, ainda vá lá. Mas, obrigar a população a adaptar ou substituir mais de 100 milhões de tomadas instaladas no país, chega às raias do irracional, da demência, da imbecilidade!!! Considere-se que todas as tomadas fabricadas até o dia 31 de dezembro neste país, sejam de pinos redondos, sejam de pinos chatos eram certificadas pelo INMETRO. Quer dizer que tudo que era legal e certificado até o ano de 2009 virou ilegal em 2010? Que os comunistas do IMMETRO implantem uma nova norma, tudo bem, mas queremos a liberdade para continuar decidindo o que comprar e escolher o melhor para nossas aplicações e equipamentos elétricos. Ainda penso que estamos em uma democracia, ou estou errado? Sou engenheiro eletricista com 40 anos de experiência e nunca ouvi ou vi um caso de morte na tomada!!!
Continuando o meu post. Vejam pela foto acima que o adaptador é desprotegido nos pinos. Então, o principal argumento do INMETRO para implantação do recesso em forma de losango não se aplica ao adaptador? Vejam que absurdo, o adaptador do INMETRO também é ilegal! Só mesmo neste país isto acontece. Como disse um colega acima, estamos caminhando celeremente para uma ditadura totalitária. Exemplos na América Latina não faltam!
Os ministérios públicos dos outros estados bem que poderiam seguir o exemplo do paraná e também rejeitar esse projeto tão patético. Com certeza não estão informando a população sobre a mudança pra todo mundo ser pego de surpresa ou aposto que teria muito mais gente retaliando essa bobagem. Além do que isso demonstra que o inmetro está regredindo e pode ser até ridicularizado perante órgãos técnicos técnicos internacionais. Imagina só isso no New York Times haha